Boi Gordo - Vacinação contra febre aftosa começa nesta quarta no Rio Grande do Sul
Data:
02/01/2008
Abertura oficial da 1ª etapa da campanha ocorre às 15h, em Guaíba, com a presença da governadora Yeda Crusius e do secretário da Agricultura, João Carlos Machado A campanha oficial de vacinação contra a febre aftosa de 2008 começa nesta quarta-feira (2) no Rio Grande do Sul. A primeira etapa da imunização de todo o rebanho bovídeo (bovinos e bubalinos) estende-se até o dia 31. A segunda etapa, de reforço, com vacinação dos animais de até 24 meses de idade, está marcada para o período de 2 a 30 de junho deste ano. A abertura da campanha ocorre às 15h, no município de Guaíba, com a presença da governadora Yeda Crusius e do secretário da Agricultura, João Carlos Machado. O ato simbólico será na propriedade do pequeno produtor Nilto da Silveira Ramos, localizada na Vila Logradouro, a 12 quilômetros do trevo de acesso à Guaíba. "Este é um dos pequenos produtores beneficiados com a distribuição gratuita de vacinas contra a febre aftosa", destaca o secretário. Este ano, o governo do Estado comprou 4,5 milhões de doses para entregar, de graça, aos produtores que possuem até 50 cabeças de gado e estão enquadrados no Pronaf. "É o maior volume de doses já adquirido pela Secretaria da Agricultura", informa Machado. O investimento alcançou R$ 5 milhões. O secretário lembra que o Rio Grande do Sul é o único estado brasileiro que distribui vacinas aos produtores. A vacinação abrange 13,2 milhões de cabeças. "Nossa meta é superar o índice do ano passado (de 94%), chegando o mais próximo possível dos 100%", afirma Machado. O médico veterinário Diego Viali dos Santos, lembra que, mesmo atingindo um índice vacinal de 94% este ano, cerca de 650 mil animais não foram vacinados na etapa de janeiro, colocando em risco a sanidade do rebanho gaúcho. "Todo produtor rural que saiba ou desconfie que outro produtor não tenha vacinado seus animais deve denunciar na IVZ de seu município, já que um foco de febre aftosa numa propriedade rural causa a interdição de todas as propriedades num raio de 25 Km do foco", explica. Os dados parciais (dos primeiros 15 dias) desta primeira etapa de vacinação contra a febre aftosa no RS serão divulgados no dia 21 de janeiro. As informações finais serão divulgadas no final de fevereiro, ainda sem data confirmada. Serviço • A Secretaria da Agricultura não executa a vacinação, apenas fiscaliza. • A responsabilidade sobre a imunização dos animais é do produtor rural, que deverá aplicar a vacina nos seus bovídeos e comprovar a vacinação nas Inspetorias Veterinárias e Zootécnicas (IVZs) de seus municípios até o dia 31 de janeiro de 2008. • Quem possui até 50 cabeças de gado por núcleo familiar e está enuqadrado no Pronaf, segundo regras estabelecidas pela Portaria Estadual 292/2007, de 14/12/2007, pode solicitar doses da vacina, gratuitamente, na IVZ do seu município. • Quem possui acima de 50 cabeças de gado, deve providenciar a compra das doses e a aplicação no seu rebanho. • Os técnicos do Departamento de Produção Animal (DPA) supervisionam a vacinação em assentamentos rurais, reservas indígenas e propriedades consideradas de maior risco para a febre aftosa. • Quem não vacinar ou não comprovar a vacinação de seus animais dentro do período oficial da campanha (de 2 a 31 de janeiro), está sujeito à medidas punitivas pelo DPA. A multa aplicada é de 2% do valor de cada animal não vacinado. Posteriormente, os técnicos do DPA realizam a vacinação destes animais, para garantir a sanidade do rebanho gaúcho. Saiba mais • A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa que afeta animais biungulados como os bovinos, bubalinos, suínos, ovinos e caprinos. Essa doença causa grandes perdas econômicas, já que os animais afetados e aqueles que mantiveram contato são sacrificados e todos os produtos de origem animal (leite, ovos, carne, etc) são descartados na região afetada. • Como exemplo, no foco de febre aftosa que ocorreu no RS em 2000, no município de Jóia, cerca de 11.000 animais foram sacrificados e o prejuízo direto chegou a US$ 4 milhões. Além disso, as exportações de produtos de origem animal, assim como de origem vegetal são suspensas, já que os países importadores suspendem o comércio com o Estado. Conseqüentemente, o produto que iria para o mercado externo é comercializado no RS e assim, com o aumento da oferta interna existe uma diminuição no valor pago ao produtor rural pelo leite, carne, ovos, entre outros. A febre aftosa • A febre aftosa é uma doença causada por seis tipos diferentes de um vírus da família Picornaviridae, gênero Aphthovírus, altamente contagioso, que provoca febre e feridas na boca e nas patas de bois, porcos e ovelhas. Branda, passa em 15 dias e quase nunca mata - apenas 5% dos animais contaminados morrem. No entanto, causa enormes prejuízos econômicos. Durante as duas semanas do ciclo da doença, há uma queda de 40% na produção do leite. Como fica com a língua dolorida, o animal contaminado pára de comer e emagrece. • O vírus da febre aftosa não se espalha apenas pelas secreções, excreções, carne, ossos e leite dos animais contaminados, mas também pelo ar e pela água. Até uma sola de sapato pode dar carona para o vírus de uma fazenda para outra. • A doença é inofensiva para os humanos. O homem, no entanto, transmite o vírus sem saber que está contaminado.