A produção de feijão caiu 60% em Sergipe. As causas foram a diminuição da área plantada e a substituição de parte das lavouras pelo milho. O município de Poço Verde, no sertão de Sergipe, é o maior produtor de feijão do Estado, mas nos últimos três anos a área plantada caiu de 11 mil para oito mil hectares, e pela primeira vez a produção deve ficar abaixo das dez mil toneladas. O clima tem feito os produtores trocar o feijão pelo milho. “Primeiro porque dá menos trabalho e os custos são considerados menores. Já o feijão dá mais trabalho e os preços não compensavam o trabalho”, afirma o técnico agrícola Luiz Alberto Souza. Nos armazéns de Poço Verde fica fácil perceber os efeitos da queda de produção: são estoques em baixa, preços lá em cima e uma expectativa nada otimista. A saca com 60 quilos de feijão já está custando R$ 200,00. “Não tem feijão, tem de vir de Sul. Se não vier de São Paulo, não tem feijão”, diz o agricultor José Carlos Souza. Na semana passada, o Ministério da Agricultura divulgou as regras para o zoneamento de risco climático do feijão em Sergipe. O documento, publicado no Diário Oficial da União, traz orientações aos produtores sobre a melhor época de plantio, tipos de solo e variedades indicadas.