A falta de chuva está prejudicando as lavouras de milho no noroeste de Minas Gerais. Só quem usou a irrigação está colhendo uma boa safra. Nos oito hectares da propriedade do agricultor Pedro Vieira, em Varjão de Minas, no noroeste do Estado, as sementes de milho duas vezes em menos de 60 dias. Sem chuva as sementes não brotaram da primeira vez. Só no segundo plantio houve a germinação, mas o agricultor está pessimista. “Acredito que a gente não vai colher nada”. Noutra propriedade, em São Gonçalo do Abaeté, os mil hectares de milho foram plantados há 40 dias. A planta também não se desenvolveu bem. “Já está prejudicando a produtividade”, comenta o agricultor Vanderlei Moreira. De acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura, o plantio do milho sem irrigação deveria ter sido concluído no fim de outubro, mas só agora está terminando. Se por um lado os agricultores que plantaram o milho e dependem do clima estão sofrendo por causa da falta de chuva, por outro, quem utilizou a irrigação e plantou no inicio de agosto já está colhendo e conseguindo boa produtividade. Numa área de 300 hectares tudo é irrigado. A colheita começou já na primeira semana do ano. O custo com água e insumos aumentou, mas o investimento valeu a pena. “A produtividade está sendo excepcional. Nós estamos com uma produtividade de 205 sacas por hectare”, avalia o agrônomo Leslie Franco. Segundo a Conab, apesar das perdas com a estiagem, Minas Gerais deve colher 6,1 milhões de toneladas de milho. A mesma produção da safra de verão do ano passado.