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Soja - Hora de controlar o percevejo
Data: 09/01/2008
 
Inseto surge agora, quando a maior parte das lavouras está formando as vagens, para se alimentar dos grãos
Os sojicultores devem ficar atentos, na atual fase das lavouras, quando a maioria está formando vagens, ao surgimento do percevejo-da-soja. A praga, explica a pesquisadora Beatriz Correa-Ferreira, da Embrapa Soja, ataca diretamente os grãos de soja, afetando sua qualidade e causando prejuízos na venda da SAFRA. Beatriz explica que o percevejo-da-soja age da seguinte maneira: com a vagem ainda nova, ele introduz seu aparelho bucal - semelhante a um estilete - na vagem para sugar o grão.
O ataque pode prosseguir nas vagens até pouco antes da maturação do grão. "O grão maduro é muito duro e o inseto não consegue sugá-lo", diz. "O orifício que o inseto abre na vagem também vira porta de entrada para fungos e doenças."
ESPÉCIES
Há pelo menos quatro espécies de percevejo-da-soja. O principal é o percevejo marrom (Euschistus heros), mais abundante do norte do Paraná ao Brasil Central. Há também o percevejo verde pequeno (Piezodorus guildinii), com maior capacidade de causar dano à semente de soja, e o percevejo verde (Nezara viridula), mais comum no Sul do País. Além destes, outros de menor importância são o percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus) e Acrosternum sp., Edessa meditabunda e Thyanta perditor.
As recomendações da Embrapa para o controle do percevejo são para que somente se iniciem aplicações de defensivos caso a infestação esteja acima de determinado nível. "No caso da soja para semente, 1 percevejo por metro; para soja para grão, 2 percevejos por metro", explica a pesquisadora, acrescentando que é importante contar também os insetos jovens, e não só os adultos, pois aqueles também têm capacidade de prejudicar os grãos. "Ninfas - ou insetos jovens a partir do terceiro estágio de desenvolvimento - já sugam o grão também", diz.
Para coletar os insetos e calcular o nível de infestação, deve-se utilizar a técnica do pano-debatida. A pesquisadora frisa que é importante fazer o controle apenas a partir daquele nível de infestação citado. "Há quem opte por fazer controles preventivos, o que não é correto, pois elimina potenciais inimigos naturais do percevejo antes mesmo de ele estar atacando, aumenta o custo de produção com pulverizações muitas vezes desnecessárias e pode, ainda, criar resistência aos princípios ativos dos produtos utilizados."

Fonte: O Estado de São Paulo
 
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