As exportações brasileiras de café em grão e solúvel atingiram US$ 3,9 bilhões em 2007, a maior receita da história do setor, com um aumento de 17% sobre o ano anterior (de US$ 3,29 bilhões), segundo levantamento do CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café Verde do Brasil). Em volume, os embarques ficaram em 28,021 milhões de sacas de 60 quilos, um incremento de 2,4% em relação a 2006. "Os resultados não foram surpreendentes, mas ficaram além do que esperávamos", afirmou Guilherme Braga, diretor-executivo do CeCafé. A expectativa inicial era de que os embarques ficassem em 26,5 milhões de sacas. "O clima ainda estava incerto sobre o tamanho da SAFRA", disse. Em dezembro, os embarques de café foram de 2,33 milhões de sacas, com recuo de 16,7% em relação ao mesmo mês de 2006. A queda no período reflete a SAFRA menor, por conta da bianualidade da cultura. No mesmo período, a receita alcançou US$ 352,6 milhões, com baixa de 1,7% sobre dezembro de 2006. Para 2008, a expectativa é de que as exportações em volume fiquem em torno de 27 milhões de sacas, 4% abaixo na comparação com 2007. A queda refletirá os menores estoques de café neste primeiro semestre, uma vez que a colheita do grão se intensifica a partir do segundo semestre. Já a receita deverá repetir ou mesmo ficar acima do verificado no ano passado, estimou Braga. O CeCafé não prevê relevantes variações de preços da commodity no mercado internacional nos próximos meses, ao contrário do verificado nos últimos anos desde 2002. No mercado interno, os preços da commodity registraram desvalorização no ano passado. O preço médio do café robusta encerrou dezembro a R$ 207,18, com recuo de 4,2%. O arábica fechou a R$ 261,28, com baixa de 10,3%, segundo levantamento mensal do Centro de Pesquisas Avançadas em Economia Aplicada (Cepea). Mas na média do ano as cotações do grão se mantiveram elevadas, por conta da demanda aquecida pelo grão no pais.