Levantamento, no entanto, ainda deve contabilizar perdas com a forte estiagem no ano passado. O primeiro levantamento oficial para a SAFRA 2008/2009 de café do Brasil mostra que o o país produzirá entre 41,3 milhões e 44,2 milhões de sacas de 60 kg, uma alta de 22,37% a 30,92%, na comparação com as 33,7 milhões de sacas colhidas no ciclo 2007/2008. Os dados são da COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e órgãos conveniados. "Há uma preocupação porque a SAFRA pode ser menor, tendo em vista que essa primeira avaliação foi feita num período em que o vingamento das floradas não estava consolidado", afirma Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC). "Além disso, as perdas provocadas pela forte estiagem verificada em 2007 talvez ainda não tenham sido totalmente dimensionadas, fato que vem sendo observado por vários técnicos que percorrem as principais regiões cafeeiras do país", completou. Segundo ele, os técnicos vêm demonstrando preocupação com um pegamento menor do que aparentava em dezembro. Na avaliação do conselho, a queda na produção a ser colhida em 2008, em relação à expectativa inicial, terá como conseqüência menor volume disponível para a exportação a partir de 2009, fato que requer política de escoamento mais ordenado nas próximas SAFRAS. A receita das exportações brasileiras de café totalizou US$ 3,9 bilhões em 2007, com aumento de 17% em relação a 2006 (US$ 3,29 bilhões). Já o volume de café exportado no ano passado foi de 28 milhões de sacas de 60kg, uma expansão de 2,4% em relação a 2006, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café Verde do Brasil (CeCafé). Segundo Guilherme Braga, diretor geral do CeCafé, 2007 foi um ano positivo, superando as expectativas em relação a volume e receita. Apesar de uma SAFRA pequena, a receita foi a maior da história. O resultado reflete a tendência de elevação de preço (entre 8% e 10% a cada ano), iniciada em 2002, e que deve permanecer este ano. EXCELÊNCIA A Secretaria de AGRICULTURA, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais concluiu este mês a transferência da gestão de todos os Centros de Excelência do Café para associações de produtores do estado. Os três centros estão instalados em Machado (Sul), Patrocínio (Alto Paranaíba) e Viçosa (Zona da Mata). Eles foram construídos em parceria com prefeituras, universidades e associações com o objetivo de treinar trabalhadores, técnicos e outros profissionais ligados à cadeia produtiva do café. Os investimentos do Estado foram superiores a R$ 3 milhões. A cada três meses, os gestores deverão encaminhar à secretaria um documento constando todas as atividades desenvolvidas nos centros e um relatório da movimentação financeira. CONSUMO A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) projeta que o consumo interno da bebida pode evoluir 5,85% este ano, para 18,1 milhões de sacas de 60kg, com vendas alcançando R$ 6,8 bilhões. Em 2007, o volume foi de 17,1 milhões de sacas, com vendas de R$ 6,4 bilhões, ante R$ 5,4 bilhões em 2006. A entidade mantém firme a sua meta de atingir 21 milhões de sacas em 2010.