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Soja - Rio Grande do Sul tem 95% da área de soja com transgênicos
Data: 15/01/2008
 
A soja transgênica praticamente domina os campos do Rio Grande do Sul. Dos 3,8 milhões de hectares cultivados nesta safra, cerca de 95% foram semeados com variedades geneticamente modificadas. Nem mesmo o aumento de 20% do valor do herbicida glifosato e de até 50% dos fertilizantes não foi suficiente para inibir a corrida dos gaúchos pelos transgênicos, ao contrário do que ocorreu no Mato Grosso do Sul, onde, pela primeira vez, a oleaginosa geneticamente modificada perdeu espaço para as variedades convencionais.
A expectativa de colheita é de 8 milhões de toneladas, com uma produtividade média de 2.073 quilos por hectare. "Estamos vivendo um momento histórico no tocante à soja, em função dos bons preços externos e pela valorização provocada pelo biodiesel", declarou o assistente técnico da Emater, Alencar Paulo Rugeri. Para ele, ao contrário da safra passada, que contou com alta produção, mas resultou em pouco retorno econômico para os produtores, desta vez, além dos bons volumes produtivos, o retorno financeiro será satisfatório.
Motivos para comemorar não faltam: com um preço médio 100% acima dos valores históricos, a soja está sendo cotada na Bolsa de Chicago, conforme Rugeri, a US$ 12,80 o bushel. "Há 30 anos não chegamos a essa marca", avalia.
Na opinião do presidente do Clube Amigos da Terra do Plantio Direto, de Tupanciretã, Almir Rebelo, a tentativa de atribuir a perda de competitividade ao aumento dos preços do herbicida glifosato pode ser considerada como mais uma estratégia para atacar a imagem da soja transgênica. "Os fertilizantes foram os grandes vilões e disso ninguém fala", rebate. O presidente destaca que os produtores gaúchos reconhecem as vantagens do uso de sementes transgênicas. Prova disso é que nesta safra a área manteve-se, em relação ao período passado.
Mesmo com o incremento de 15% nos custos de produção, em função dos aumentos dos insumos, Rebelo afirma que as vantagens ainda residem na possibilidade de implantar as lavouras com custos mais baixos, se comparadas com às da soja convencional. "Antes dos transgênicos pagávamos US$ 66 por hectare em insumos. Hoje, este valor está em torno de US$ 22", exemplifica.
O município de Tupanciretã, maior do Estado em área plantada com soja, com 136 mil hectares, tem média de produtividade em torno de 2,7 mil quilos por hectare, níveis garantidos, conforme Rebelo, pela tecnologia utilizada, pelo melhor manejo e adubação adotados. A falta de chuvas, segundo o presidente, não tem interferido de forma significante nas lavouras. No entanto, caso a estiagem se prolongue por mais uma semana, poderá alcançar o período reprodutivo da planta e começar a preocupar.

Fonte: Jornal do Comércio
 
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