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Porto Alegre, sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
 
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Milho - Cepea projeta preços ainda mais firmes para cereal em 2008
Data: 17/01/2008
 
O ano de 2007 ficará na história para vendedores e compradores de milho. Vendedores iniciaram o ano em clima de otimismo, devido à euforia no mercado internacional gerada pela demanda americana por milho para a produção de etanol. Até o final do primeiro semestre, porém, os preços do grão reduziram expressivamente.
A baixa oferta de trigo no mercado mundial, contudo, fez com que houvesse a substituição por milho, que por sua vez, levou à corrida por compras de produto, sustentando as cotações internacionais. O Brasil passou a exportar quantidades expressivas do produto, batendo recordes mês a mês e acumulando o maior volume histórico em um único ano. A restrição de oferta no mercado interno deixou compradores preocupados e a intervenção governamental foi essencial para atendimento da demanda doméstica.
A avaliação é do Boletim Agromensal, de dezembro, do CEPEA, divulgado hoje.
Conforme o boletim, algumas informações de preços nos mercados internos e externos chamaram a atenção em 2007. Na Bolsa de Chicago (CBOT), a alta observada entre a média de janeiro/07 e dezembro/07 foi de 7,7%, depois de terem subido 52% no último trimestre de 2006. A média de preços em 2007 foi aproximadamente 60% maior que as dos últimos três anos.
No Brasil, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas SP) subiu 35,4% entre janeiro e dezembro de 2007. Se considerado a partir de abril, o aumento é de 76%. Nas demais regiões pesquisadas pelo Cepea, os dados também são interessantes. No ano, a alta entre as médias de janeiro e dezembro foi de 53% no mercado de balcão e de 49% no de lotes; desde abril, as elevações foram de 74% e 77%, respectivamente.
Essas informações sugerem que produtores de milho tiveram um bom retorno sobre o investimento. Mas, na verdade, essa conclusão é válida basicamente para aqueles que estocaram o produto para vender no segundo semestre. Aqueles que negociaram logo após a colheita deixaram de ganhar os aumentos recentes.
Para 2008, compradores e vendedores estão preocupados com o rumo que o mercado de milho pode tomar. Tudo está por acontecer: uma boa safra de verão e um possível aumento da área plantada de safrinha no Brasil podem amenizar as altas sobre as cotações internas. Por outro lado, condições climáticas desfavoráveis podem reforçar a expectativa de menor oferta e gerar uma corrida por estoques já reduzidos do produto, o que favorecerá novas altas. Mas a principal indefinição está relacionada à demanda externa e, conseqüentemente, ao volume a ser exportado em 2008. De qualquer forma, o preço deve seguir próximo da paridade de exportação.
A indefinição do mercado está relacionada à característica do mercado de milho brasileiro. Mesmo em 2007, ano em que foram exportados volumes recordes e houve restrição de oferta no mercado doméstico, os patamares de preços no Brasil foram definidos pelo mercado interno e estiveram próximos da paridade de exportação. Somente no final de novembro e na primeira quinzena de dezembro, as cotações estiveram acima desses níveis.

Fonte: Só Notícias
 
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