Safra - Chuvas irregulares não alteram estimativas das lavouras gaúchas
Data:
21/01/2008
A primeira metade de janeiro foi marcada por altas temperaturas e chuvas bastante irregulares. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, em algumas regiões, o volume acumulado ficou aquém do esperado, preocupando o produtor gaúcho, tendo em vista o grande número de lavouras em fases críticas quanto à deficiência hídrica. Apesar dessa situação, a evolução das culturas ainda é considerada satisfatória, apesar de problemas pontuais quanto à diminuição do potencial produtivo de algumas lavouras, o que tem levado os produtores a recorrer ao Proagro. Apesar do cenário ser de irregularidade quanto à distribuição e à quantidade das chuvas acumuladas e de eventuais problemas de perdas localizadas por deficiência hídrica, a Emater-RS/Ascar tem optado por não alterar as estimativas iniciais de rendimento das culturas em andamento. Feijão Com o aquecimento dos preços no mercado, os produtores de feijão aceleraram a colheita chegando, nesse início de semana, aos 50% da área. Em nível estadual, a estimativa inicial de rendimento se mantém nos 1.125 kg/ha. A comercialização do feijão prossegue em alta, tanto nos negócios como nos valores ofertados. Nessa semana, o preço médio da saca de 60 kg do feijão preto, no RS, foi de R$ 87,27, ganhando mais 2,56% em relação à passada. Também já ultrapassa os valores da média histórica em R$ 1,81/sc. A variação ocorrida foi de R$ 65,00/sc a R$ 110,00/sc. Milho Começaram a ser colhidas, com mais intensidade, as primeiras lavouras de milho da safra 2007/2008. Muitas estão sendo destinadas à produção de silagem de grão-úmido para alimentação animal. Aquelas, para a comercialização em grão, deverão ser colhidas a partir desta segunda quinzena de janeiro, intensificando-se em fins de fevereiro. Nas lavouras de milho que tiveram sua formação de espiga em condições de umidade dentro da normalidade, as produtividades têm sido bastante satisfatórias, girando num eixo próximo aos 4.000 kg/ha, como média. Segundo o acompanhamento semanal, sobre a evolução das culturas, a colheita do milho atinge nessa semana os 4% da área. Arroz A cultura do arroz se desenvolve em excelentes condições. Nas principais regiões produtoras, as lavouras não têm encontrado dificuldades na obtenção de água, dando tranqüilidade aos produtores. A partir de agora, a cultura começa a entrar na fase de emissão de panícula, onde o grande problema, excetuando-se a falta de água, é a diminuição da temperatura, que pode causar o abortamento floral com conseqüente diminuição na produtividade. Fato que até o momento não houve registro. Fruticultura No Alto Uruguai, região que nos últimos anos vem se desenvolvendo como uma das principais plantadoras de pomares no Estado, está finalizando a colheita e comercialização de citros. Nesse momento, há procura por frutas temporonas, nos pomares. Há previsão de aumento no número de produtores que vão implantar novos pomares de citros em 2008. A recomendação da Extensão é que escolham variedades precoces, como as “Harlin e Westin”, e tardias, como a folha murcha, visando aumentar o período de colheita. Na grande área de produção do Estado, que vai da Serra até os Campos de Cima da Serra, começou a colheita dos pomares de maçãs, com as variedades Condessa e Eva, cultivares mais precoces. Essas duas variedades estão apresentando boa sanidade e qualidade. O preço médio inicial está em R$ 1,00/kg. Neste período, na Serra Gaúcha, maior produtora de uvas do país, inicia-se a colheita das variedades Niágaras branca e rosada. Com a produtividade definida, a região Serrana deverá colher 630 mil toneladas de uvas, nos cerca de 35 mil hectares de videiras. Nessa região, as constantes precipitações semanais têm proporcionado boa umidade no solo, mas também alta umidade relativa do ar, que começa a preocupar os viticultores, pois isso poderá afetar a qualidade das bagas de uvas. Criações O mercado do boi gordo, assim como o da vaca gorda, se manteve estável durante a semana. Segundo a pesquisa de preços realizada pela Emater/RS–Ascar, o preço médio do boi gordo ficou fixado em R$ 2,33/kg. Já a vaca gorda permaneceu com o preço fixado em R$ 2,12. A irregularidade das chuvas, embora esteja causando uma certa apreensão aos pecuaristas, não está afetando de maneira significativa o desenvolvimento das pastagens, já que seu estado geral continua satisfatório. O volume e a qualidade do alimento disponível continuam garantindo um bom ganho de peso aos animais. Os efeitos do déficit hídrico se fazem sentir, de forma mais acentuada, nas áreas mais elevadas e nos solos mais arenosos. As altas temperaturas favorecem a reprodução de ectoparasitas, fato que exige uma maior atenção por parte dos criadores. Contudo, as práticas de controle têm sido facilitadas em decorrência da necessidade de reunir o gado para receber a dose da vacina contra a febre aftosa, já que prossegue a primeira etapa da campanha de vacinação obrigatória do rebanho.