Trigo - Triticultores entregam ao ministro da Agricultura propostas para o setor
Data:
23/01/2008
Produtores da Região Sul pedem uma política agrícola para viabilizar o crescimento das culturas de inverno O documento "Propostas para o setor tritícola brasileiro - safra 2008" sugere uma série de políticas de valorização das culturas de inverno e foi entregue na segunda, dia 21, por representantes do setor do trigo nacional ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em Brasília. As propostas foram elaboradas em comum acordo com as principais lideranças que respondem pela cadeia produtiva do trigo no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), foi realizada uma ampla consulta aos Sindicatos Rurais e à Comissão Técnica de Grãos, Financiamento da Produção e Proagro, que conta com agricultores que representam diversas regiões do Paraná. O Brasil importa 70% do consumo de trigo, gastando em torno de US$ 1 bilhão - valor gasto com importações de trigo e farinha em 2006. Os produtores da Região Sul têm condições de ampliar a área plantada, mas não contam com uma política agrícola que viabilize o crescimento do setor. Segundo o economista da Faep, Pedro Loyola, o maior desafio dos produtores de trigo é vencer os fatores limitantes da atividade. – Os agricultores precisam de um seguro de produção viável, além de melhores condições de competitividade no escoamento da produção. Hoje os argentinos colocam mais de 90% do trigo consumido no Norte e Nordeste do Brasil, o que equivale a praticamente 3 milhões de toneladas – disse. Para o presidente da Faep, Ágide Meneguette, uma medida importante para encaminhar a questão do trigo no país é reduzir o custo do frete da cabotagem entre a região Sul e as Regiões Sudeste, Norte e Nordeste. A legislação atual é muito restritiva ao uso de navios com bandeira estrangeira, apesar da frota nacional não dispor de embarcações em quantidade suficiente. O frete marítimo da Argentina para o nordeste brasileiro, como do Brasil para a África do Sul, custa menos do que o da Região Sul para o Nordeste. – Reduzindo os custos de cabotagem, o produtor brasileiro poderá competir em condições de igualdade com o estrangeiro, implicando numa substituição de importações do trigo, rendendo divisas para o país e atendendo o mercado interno – afirmou Ágide.