Produtores de feijão de Unaí, no noroeste de Minas Gerais, começam a se preparar para a colheita. Este ano, as lavouras sofreram com a seca e a safra será menor. A chamada safra das águas, aquela que é feita na época das chuvas, deve começar a ser colhida em dez dias, com mais de 20 dias de atraso. O problema foi que esse ano choveu pouco e de forma irregular. Noventa e cinco por cento da área plantada na região é de sequeiro, onde o plantio depende exclusivamente da chuva que não caiu. Numa lavoura por causa da falta de chuva houve uma perda de cerca de 30%. O dono bem que tentou salvar as plantas aplicando uréia depois de algumas pancadas de chuva, mas não teve jeito. E a partir de agora se não chover o prejuízo pode ser ainda maior. “Se não voltar a chover dentro de quatro, cinco dias, no máximo dez, não adiantou nada. A gente vai perder a lavoura toda”, afirma o agricultor Dario Grando. A Secretaria de Agricultura de Unaí estima que a quebra na produção vá ser de quase 50%. A expectativa é colher cerca de 900 mil sacas. Com a previsão de pouca oferta do produto o preço da saca já subiu: esta semana ficou em R$ 280,00. Os poucos produtores que resolveram plantar feijão nas áreas irrigadas da lavoura já estão colhendo e aproveitando o preço bom. “Apesar de ter tido um êxito este ano, conseguir ganhar um pouco mais, aumentar a área eu não aumento porque feijão é uma loteria. Você pode ganhar muito como pode perder muito também”, comenta o agricultor Francisco Chierichietti.