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O diretor administrativo da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Ricardo Tomczyk, esteve na terça-feira (22-01) em Brasília, onde participou de reuniões com o Banco do Brasil e com os Ministérios da Fazenda (MF) e Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na pauta, a implantação de leilões de Prêmios para Escoamento da Produção (Pepro) e a discussão de questões referentes ao endividamento agrícola, especialmente para averiguar o funcionamento do Fundo de Financiamento de Recebíveis do Agronegócio (FRA).
Os leilões, conforme explica o diretor da associação, seriam uma solução importante para os agricultores que venderam antecipadamente sua produção nos meses de junho ou julho, quando os valores da soja estavam abaixo do atual preço de equalização estabelecido pelo Mapa, que chega aos R$ 22,50. O objetivo é recompor perdas que possam vir a inviabilizar a produção agrícola do país, principalmente decorrente de problemas logísticos ou estruturais.
“O problema não é a venda antecipada em si, mas o cenário econômico em que a agricultura do Estado está inserida. De um lado, os custos de produção, que aumentaram nesta safra e sinalizam aumento extraordinário para a safra 2008/09. De outro, a variação conjugada do câmbio, e da cotação do grão de soja, que em julho estava num patamar e hoje está em outro bem superior. O que buscamos é um incentivo do governo federal em forma de prêmios de escoamento, para ajudar o produtor a equalizar pelo menos parte dessa expectativa frustrada de receita, além de também incentivar o cumprimento dos contratos e preservar o sistema de financiamento privado da safra, pois o crédito oficial disponibiliza menos de 20% dos recursos necessários à produção estadual”, argumenta Tomczyk.
Na ocasião, o diretor da Aprosoja/MT ouviu dos secretários Edilson Guimarães (Políticas Agrícolas do MAPA) e Bernard Appy (Políticas Econômicas da Fazenda) que a União terá dificuldades na implantação dos prêmios. Entretanto, segundo informou ele, a ação não foi descartada e ainda demandará mais estudos, ainda que o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, tenha garantido que os leilões serão realizados também na safra atual – a exemplo da última safra, quando Mato Grosso recebeu cerca de R$ 500 milhões da União via leilões para produtores mato-grossenses. De acordo com ele, para que a promessa seja cumprida, a estratégia agora é continuar a cobrança dessa medida tanto junto ao Governo Federal como também à bancada no Congresso Nacional.
Também participaram da reunião em Brasília representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), respectivamente, Fábio Triguerin e Sérgio Castanho. “Assim, o governo pode ouvir os dois lados da moeda, tanto aqueles que produzem como os compradores, e ver que a situação requer cuidados emergenciais”, pontua.
FRA:
No Banco do Brasil, Tomczyk obteve do gerente de agronegócios, Marcio Augusto, a garantia de que os trâmites estão acontecendo dentro da normalidade. “O importante agora é que o produtor esteja atento para não perder o prazo de adesão ao Fundo, que finda no próximo dia 30 de abril. Para tanto, precisa realizar urgentemente a atualização cadastral junto a sua agência, pois o trâmite é lento”, orienta o diretor. As informações são da assessoria de imprensa da Aprosoja/MT.

Fonte: Agrolink