Trigo - Machado anuncia reativação da Câmara Setorial do Trigo
Data:
28/10/2007
Plantio no RS cresceu de 600 mil hectares, em 2006, para 800 mil hectares, em 2007 O secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, João Carlos Machado, anunciou, nesse sábado (26), que reativará, em março, por meio de portaria, a Câmara Setorial do Trigo. A iniciativa atende a um pedido dos triticultores e tem como objetivo definir políticas públicas de incentivo à produção do cereal. Os integrantes da Câmara serão indicados pelos diversos segmentos que fazem parte da cadeia produtiva. No último dia 21, Machado esteve em Brasília, em audiência com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a quem entregou um documento contendo dez reivindicações dos triticultores da Região Sul do Brasil. "Se o governo federal voltar a ter um programa de incentivo à produção de trigo, só o Rio Grande do Sul e o Paraná podem produzir mais de 5 milhões de toneladas/ano das 10,5 milhões de toneladas consumidas pelos brasileiros anualmente", destaca o secretário. Hoje, os dois estados são os maiores produtores de trigo do país, somando aproximadamente 3 milhões de toneladas/ano. "Como todos os produtos agrícolas, o trigo está em alta no mercado internacional. Só falta apoio para o plantio", afirma Machado. Auto-suficiência O secretário está preocupado com a difícil situação vivida no RS. Segundo ele, o Brasil já está importando farinha de trigo e deixando moinhos ociosos, o que gera desemprego no país. "A falta de trigo está criando postos de trabalho e aumentando a renda em outros países", lamenta. Machado lembra que o Rio Grande do Sul chegou a ser quase auto-suficiente na produção de trigo. "Por falta de uma política de apoio e estímulo ao produtor, hoje somos totalmente dependentes do trigo importado", observa. Ao comemorar o aumento de área plantada no RS (de 600 mil hectares, em 2006, para 800 mil hectares, em 2007), Machado destaca a grande produtividade atingida pelos produtores gaúchos. "Dobramos a nossa produção, colhendo 1,6 milhões de toneladas no ano passado", informa. De acordo com o secretário, ainda há muito espaço para crescimento. "O trigo deve voltar a ser a nossa principal cultura de inverno", argumenta, enfatizando que todo o Brasil será beneficiado, passando a ser menos dependente de outros países. Reivindicações Para o aumento do plantio do trigo este ano, as principais reivindicações dos produtores envolvem aumento de recursos para custeio, reajuste do preço mínimo do trigo em 25% (passando dos atuais R$ 400,00 a tonelada para R$ 500,00) e redução dos juros de custeio de 6,75% para 4,5% ao ano. A lista de reivindicações feitas ao ministro da Agricultura inclui ainda aumento do seguro rural, manutenção da tarifa externa comum (TEC) para o trigo e seus derivados, monitoramento dos preços de insumos (principalmente fertilizantes), manutenção dos atuais mecanismos de comercialização, concessão de financiamentos para 70% da área plantada (hoje em 35%) e regulamentação da entrada de farinha da Argentina.