Os agricultores goianos do Sul do Estado estão respirando aliviados depois que as chuvas começaram a cair com regularidade na região, há cerca de 15 dias. Eles estavam preocupados com o desenvolvimento das lavouras, que começavam a sentir falta d´água devido ao veranico de janeiro. Em algumas micro-regiões, a estiagem durou 17 dias, deixando todo mundo preocupado. A expectativa agora é de que as chuvas mantenham-se regulares para reparar a situação. “O veranico foi feio. Estávamos prevendo uma perda de 10% a 15% nas lavouras de milho e soja. Mas com a normalização das chuvas essa redução pode ser um pouco menor”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Itumbiara, Rogério de Oliveira. Segundo ele, somente dentro de cerca de 40 dias os lavouristas da região vão poder avaliar se as chuvas conseguiram reparar a situação. “Sabemos que houve perdas e estamos na expectativa de que elas sejam menores do que havíamos previsto”, diz. A situação ficou um pouco mais grave na região de Cristalina, Leste do Estado. Lá, o veranico de janeiro durou cerca de 15 dias e provocou estragos principalmente nas lavouras de feijão. Os agricultores acreditam que as perdas cheguem a 30%. “O feijão não suporta 10 dias de sol”, afirma Alécio Maróstica, presidente da Comissão de Grãos da Federação da Agricultura do Estado de Goiás . Também as lavouras de milho na região foram prejudicadas, mas em menor proporção. “A perda deve ficar em torno de 10%”, diz Alécio. Segundo ele, antes do veranico estava chovendo pouco, o que favoreceu o surgimento da lagarta do milho. Com o combate à praga e a regularidade das chuvas, as lavouras podem melhorar seu desempenho. No Sudoeste do Estado, depois do início do período chuvoso, não houve estiagem para caracterizar um veranico. O presidente do Sindicato Rural de Jataí, Mozart Carvalho de Assis, afirma que a grande dor de cabeça dos produtores foi a estiagem prolongada, que afetou todo o Estado. “Por falta de chuva, atrasamos o plantio e isso comprometeu a safrinha.”, reclama. A estiagem prolongada também afetou a pecuária. Nas regiões Norte e Nordeste, os pecuaristas tiveram aumento em seus custos de produção nos primeiros meses da estação chuvosa porque simplesmente não choveu. “Sem pastagens, tivemos de tratar o gado com ração”, diz José Faustino de Miranda, presidente do Sindicato Rural de Porangatu. Ele conta que as pastagens ainda não estão totalmente recuperadas.