Objetivo é agregar valor ao grão cultivado no Litoral Norte e atrair compradores do mercado externo. O rizicultores, representantes de cooperativas e de indústrias do Litoral Norte do Estado solicitaram, ontem, ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) que o arroz produzido na região obtenha a Denominação de Origem (DO). A certificação confere tipicidade única ao produto de acordo com aspectos climáticos, de solo e vegetação. O objetivo é agregar valor ao grão, principalmente no mercado externo. Segundo o presidente do Conselho Administrativo da Associação dos Produtores de Arroz do Litoral Norte (Aproarroz), Clóvis Terra Machado dos Santos, o pedido é resultado de dois anos de preparação. 'A diferenciação do arroz cultivado em cerca de 120 mil hectares na região é confirmada não apenas pelos testes, mas pelo mercado.' O presidente do Irga, Maurício Fischer, atesta a valorização. 'A qualidade dos grãos garante vantagem em relação ao cereal de outras regiões de R$ 1,00 até R$ 3,00 pela saca de 50 quilos.' Se o processo for aprovado, o arroz será o primeiro produto brasileiro a obter o certificado, afirmou a coordenadora geral de Indicações Geográficas do INPI, Maria Alice Calliari. 'Dentre os nacionais, só houve um pedido anterior, do algodão colorido da região de Seridó, no Nordeste, que acabou arquivado porque a irregularidade na documentação não foi sanada no prazo', disse, lembrando que a DO é mais 'requintada' do que a Indicação de Procedência (IP), que qualifica o vinho dos Vinhedos e a carne do Pampa Gaúcho. 'A indicação só dá renome a certa região.' Ainda não há previsão para a conclusão do processo, que envolve análise da documentação, publicação na Internet e prazo para a manifestação de terceiros até a decisão final. 'No caso da cachaça de Paraty (RJ), o pedido de IP ingressou em dezembro de 2006 e em abril de 2007 já havia sido deferido', observou.