Lista de propriedades aptas a exportar à UE foi apresentada ontemCom a primeira lista de propriedades autorizadas a exportar carne bovina para a União Européia (UE), apresentada ontem em Bruxelas, especialistas acreditam que há tendência de segmentação de preços. O reflexo no mercado poderá ser verificado em algumas regiões do Brasil, inclusive no Rio Grande do Sul. Seriam pelo menos três as faixas de remuneração entre animais sem certificação, identificados na origem e rastreados de acordo com as exigências do bloco. A UE impôs restrições, no fim do ano passado, ao produto brasileiro em razão de questionamentos no sistema sanitário brasileiro. As propriedades rurais auditadas e aprovadas pelo Ministério da Agricultura estão inseridas no sistema de rastreabilidade denominado Estabelecimento Rural Aprovado pelo Sisbov (Eras). Segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado, Fernando Adauto Loureiro, o momento é favorável, com preços em elevação na Europa em decorrência da restrição de oferta da carne do Brasil, principal exportador para a UE. Para Adauto, a tendência é de que haja um balizamento a partir dos negócios fechados em propriedades aprovadas na auditoria sanitária, o que poderá puxar o preço interno. Ainda trabalhando com ociosidade, a indústria gaúcha tem outro entendimento. De acordo com o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados do Estado, Zilmar Moussalle, ao integrar a lista para a União Européia o produtor terá mercado garantido, mas o reflexo nas cotações dependerá do equilíbrio entre oferta e demanda, previsto para a partir de setembro. De acordo com a Scot Consultoria, atualmente, com exceção da UE, a maior parte dos importadores paga valores próximos aos do mercado doméstico. Portanto, se não for para atender esses clientes, os frigoríficos provavelmente deixarão de oferecer ágios, mesmo que os animais estejam no sistema Eras. No Estado, 467 fazendas foram aprovadas para fornecer carne aos europeus. Essas propriedades concentram entre 90 mil e 110 mil animais para a indústria, 5% do total anual abatido no mercado gaúcho.