Trigo - Emater/RS-Ascar analisa tarifa para o trigo
Data:
31/01/2008
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, após reunião nesta quarta-feira (29), manteve a tarifa externa comum (TEC) para o trigo em 10%. A resolução deu-se em função do anúncio do governo argentino em retomar, parcialmente, as autorizações para exportação do cereal, suspensas desde novembro passado. A TEC configura uma união aduaneira, o estágio de integração no qual se encontra o Mercosul atualmente. Quando se iniciou essa união, em 1995, a tarifa estabelecida para o trigo era de 13%, posteriormente reduzida para os atuais 10%. Para o diretor-técnico da Emater/RS, Paulo Silva, a manutenção da TEC é fundamental para a proteção do triticultor brasileiro. Com a possibilidade da redução e até da eliminação, o trigo necessário para complementar o abastecimento nacional viria de várias partes do mundo, inclusive daqueles países que subsidiam a sua agropecuária, tornando-a mais competitiva. “Isso representaria um retrocesso significativo na área a ser cultivada nas próximas safras e, conseqüentemente, na oferta do produto no mercado nacional, ampliando assim as importações do cereal” comentou Paulo Silva. O Rio Grande do Sul, por ser um estado que produz mais do que consome e, naturalmente, ser um ofertante no mercado interno do produto, seria ainda mais prejudicado. A produção gaúcha em 2007 foi de 1.551.626 toneladas, cultivadas em uma área de 803.119 hectares, para um consumo de aproximadamente 900 mil toneladas. Conforme o assistente-técnico estadual de trigo da Emater/RS-Ascar, Ataides Jacobsen, mesmo com a produção acima do consumido, são importados algo em torno de 400 mil toneladas do grão anualmente. “Além do mais, o preço para o triticultor gaúcho não tem incorporado o aumento nos valores praticados no mercado internacional nos últimos meses", avaliou Jacobsen.