A chuva causa prejuízos no campo em Minas Gerais. Os produtores não conseguem entregar a produção por causa dos atoleiros. Em algumas comunidades rurais só é possível chegar de trator; outras só a pé. Na fazenda Mata dos Coqueiros o agricultor Antônio Silva está colhendo as verduras para jogar fora. Só de alface ele está perdendo 1.500 pés por semana. Na fazenda Bom Sucesso o sonho da criadora Maria do Carmo Ferreira, que é ver o tanque de resfriamento cheio, agora é motivo de preocupação. “Se o caminhão não conseguir chegar para pegar o leite, nós perdemos”, diz. A um quilômetro da fazenda o medo de dona Maria se concretiza. O caminhão com três mil litros de leite não consegue subir o morro, nem com a ajuda de dois tratores. Até a retroescavadeira tem dificuldade para chegar ao local. “Eu só peguei o leite de dois produtores. Faltam oito para pegar e ainda estou agarrado. Não sei a hora que sai. Não sei nem se vou conseguir pegá-los”, afirma o motorista Alvimar Oliveira. Para tentar evitar os prejuízos os produtores rurais se uniram ao motorista. Largaram o trabalho no campo para recuperar as estradas. O secretário de Agricultura de Divinópolis, Itamar Nogueira, reconhece: “O trabalho tem de ser feito de forma preventiva, antes que chova, mas esse ano não teve jeito de fazer porque a chuva veio de repente e acumulou o serviço em várias regiões, em várias comunidades”.