Das culturas em andamento, a soja é a que começa ter uma maior atenção no Rio Grande do Sul, em razão da perspectiva de que em fevereiro, segundo a meteorologia, ocorram chuvas abaixo da média, coincidindo com um aumento do percentual de lavouras em fase de floração e formação de vagens.
De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, 59% da área total semeada com soja estão nessas fases, sendo que, em alguns municípios, dependendo da região, este percentual está bem mais adiantado (até 80%). A baixa umidade do solo está acarretando o murchamento das plantas durante o dia e casos pontuais de abortamento de flores e vagens são reportados.
Para o diretor Técnico da Emater/RS, Paulo Silva, apesar de ter chovido 34% a menos do que a média do mês de janeiro para o RS, os reflexos dessa redução não foram grandes, porque a distribuição das chuvas foi mais uniforme do que em outros anos. “As expectativas e estimativas de colheita realizadas pela Emater, até pela forma como o dado é calculado, a fórmula se mantém igual ao momento do plantio”, afirma o diretor ao destacar que, “nas lavouras onde há adequada correção do solo, fertilização e percentagem de matéria orgânica, as culturas apresentam, apesar da menor precipitação, desenvolvimento normal”.
Em importantes regiões produtoras de soja, como Ijuí, parte das áreas cultivadas com soja, ainda em fase de crescimento vegetativo, demonstra um porte (altura e vigor) menor que em anos anteriores, o que poderá influir na produtividade final. Na Região da Campanha, algumas lavouras semeadas recentemente (fins de dezembro) tiveram que ser replantadas por problemas de germinação, devido a pouca umidade do solo. Em termos de sanidade, as lavouras se encontram bastante bem, sendo que focos de pragas e moléstias têm sido controlados. Mesmo a presença da temida ferrugem asiática parece ser, até o momento, menos intensa que em anos anteriores.
Feijão
Os produtores gaúchos aceleraram a colheita do feijão 1ª safra, visando manter estoques para comercialização, já que o preço da saca vem subindo semana após semana, em patamares de ótimo retorno econômico ao agricultor. Essa situação se deve à queda de produção nas safras em Estados tradicionais produtores e à menor oferta de produto novo no mercado, em decorrência do final da colheita e do reduzido estoque em depósito. Essa situação poderá influir na safrinha que começa a ser implantada, com perspectivas de um aumento na sua área.
Atualmente, o feijão 1ª safra está com 2% em floração, 8% em enchimento de grãos, 13% maduros e prontos para serem colhidos e 77% já colhidos. Algumas áreas de lavouras estão apresentando redução de rendimento, podendo influir na produtividade média estadual, que inicialmente estava estimada em 1.125 kg/ha para uma produção de 90.267 toneladas.
Milho
O tempo mais seco do último período favoreceu o avanço da colheita do milho, alcançando 17% do total plantado. As produtividades têm oscilado bastante nesse início de colheita, com as produtividades variando entre 3.000 e 6.000 kg/ha, dependendo do grau de tecnologia empregada e, principalmente, do regime de chuvas a que foi submetida à lavoura. Entretanto, as lavouras semeadas mais recentemente, e que têm enfrentado períodos mais prolongados de estresse hídrico, apresentam tendência de diminuição no potencial produtivo. Mesmo considerando perdas pontuais, as médias históricas deverão ser alcançadas em praticamente todas as regiões.
Arroz
O arroz entra intensamente nas fases de floração e enchimento de grãos, começando a expressar um potencial produtivo acima do esperado inicialmente. Apenas em algumas áreas mais expostas, a baixa temperatura registrada na Região da Campanha durante a última semana poderá ter algum reflexo, porém sem grandes conseqüências. De maneira geral, os produtores de arroz têm aproveitado o tempo bom para controlar eventuais pragas e monitorar a entrada de água nos quadros. Nesse sentido, apesar da falta de chuvas mais abundantes, não são reportados casos de problemas com a irrigação, mesmo naqueles casos em que a água é retirada de arroios e rios.
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Das culturas em andamento, a soja é a que começa ter uma maior atenção no Rio Grande do Sul, em razão da perspectiva de que em fevereiro, segundo a meteorologia, ocorram chuvas abaixo da média, coincidindo com um aumento do percentual de lavouras em fase de floração e formação de vagens. 