Camex admite manter benefício caso indústrias manifestem necessidade de importação do grão. A Camex pode estender para além de 30 de junho a redução da TEC do trigo em grão importado de fora do Mercosul. A decisão pode ser adotada caso a indústria moageira manifeste demanda para o produto além da cota de 1 milhão de toneladas determinada, conforme afirmou a secretária executiva da câmara, Lytha Spíndola. A tarifa foi reduzida de 10% para zero no dia 6 de fevereiro, após a Argentina reabrir parcialmente as exportações do cereal. Ante ao temor da redução dos estoques, ontem, a cotação do grão superou a marca histórica de 11 dólares em Chicago e chegou a 11,53 dólares o bushel (março). Apesar de a Abitrigo divulgar que a demanda brasileira é quatro vezes maior do que a cota permitida, o setor tritícola gaúcho discorda, e teme por uma concorrência desleal com o produto nacional caso a medida seja implementada. 'Se o mundo colher uma safra boa, os países que subsidiam a sua produção vão sair ganhando, pois o trigo deles vai entrar mais barato aqui do que o nosso', diz o presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto. De acordo com ele, a Argentina oferece outro risco, que é a concorrência com a farinha. As questões serão tratadas na comissão de monitoramento do Comércio Brasil e Argentina em Buenos Aires, amanhã. O tema foi incluído a pedido do governo argentino, mas, segundo o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, o governo vai reivindicar um processo contínuo e regular de registro de embarque do grão. Outro ponto a ser discutido é a escalada tarifária do grão e da farinha. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, alega que a situação dos triticultores se agrava com a TEC. O dirigente estará reunido hoje, em Brasília, com diretores do Banco do Brasil para solicitar prorrogação das parcelas do custeio de janeiro e fevereiro (que vencem sexta) para julho e agosto.