Safra - Chuvas beneficiaram lavouras em floração e enchimento de grãos
Data:
15/02/2008
As precipitações ocorridas, apesar de esparsas e com intensidade variada, beneficiaram as lavouras que se encontram nas fases críticas de floração e enchimento de grãos. O clima é bastante variado, com dias quentes e ensolarados que propiciaram o andamento da colheita nas lavouras. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, a colheita da 1ª safra de feijão no Estado teve bom andamento, chegando aos 88% da área total. Os produtores gaúchos retiram o quanto antes o produto das lavouras para comercializar o feijão, aproveitando os excelentes preços do mercado. Os negócios com o feijão primeira safra continuam francos, mas mantendo a tendência de alta para essa leguminosa. Nesta semana, novamente a saca de feijão preto teve aumento significativo, subindo mais 7,57% em relação à anterior, chegando aos R$ 108,75 na média estadual. Sobre a média geral histórica, o aumento chega a 50,92% e quanto à mesma data do ano anterior chega aos 177,71%. A oscilação foi de R$ 100,00/sc em Canguçu a R$ 125,00 em Júlio de Castilhos. A segunda safra de feijão do Estado, em implantação, deverá ser semelhante à passada. Nos próximos dias, a Emater/RS-Ascar estará divulgando as estimativas para a safrinha do feijão no Estado, mas de acordo com técnicos, cerca de 65% da área já se encontra semeada, sendo que, destas, 56% estão em desenvolvimento vegetativo, 4% em floração e 1% atingindo o enchimento de grãos. Arroz A lavoura orizícola também se beneficia pelas condições meteorológicas. O atual período é de sensibilidade à queda de temperatura, em razão da lavoura estar com cerca de 62% nas fases de floração e enchimento de grãos, consideradas críticas quanto à definição do potencial produtivo da cultura. A queda brusca de temperatura poderia causar o abortamento floral das plantas, provocando redução no rendimento de lavoura de arroz, que está com 28% da área cultivada em germinação e desenvolvimento vegetativo, 33% em floração, 29% em enchimento de grãos, 9% maduro e por colher e 1% colhido. As áreas em início de colheita se encontram nos municípios de Barra do Quaraí, Uruguaiana e São Borja. Milho Novamente as precipitações beneficiaram a lavoura de milho, principalmente as que se encontram em floração e enchimento de grãos (cerca de 39%). As precipitações permitiram também umidade para as áreas que ainda estão sendo semeadas, mesmo fora do período fixado pelo Zoneamento Agroclimático. Há necessidade de uma maior precipitação nos próximos dias, especialmente nas regiões das Missões, Fronteira Oeste e Campanha. Soja Na soja, grande parte das lavouras se encontra em fases sensíveis de desenvolvimento, com cerca de 87% em floração e enchimento de grãos. Mesmo que as precipitações estejam abaixo da média, em vários locais de produção elas têm acontecido periodicamente e, até o momento, sendo suficiente para a evolução da lavoura. Alho Na Serra, com a mão-de-obra direcionada para a colheita da uva, a menor oferta de alho vem valorizando o produto e fazendo a cotação subir nos negócios. O preço para o bulbo superior está em R$ 3,10/kg. O de nº 5 está em R$ 2,70/kg, o de nº 4 a R$ 2,00/kg e o nº 3 a R$ 1,00/kg. O produto para indústria está cotado em R$ 0,70/kg. Batata-doce Na região Centro-Sul do Estado, onde se concentra grande área com a cultura da batata-doce, o município de Barra do Ribeiro, com 300 ha de lavoura, está iniciando a colheita da safra de 2007/08. A produtividade inicialmente esperada é de 13t/ha. Os preços estão reagindo neste início de safra, com a entrada no mercado do produto novo e de muito boa qualidade. O preço médio recebido pelo produtor na lavoura está em R$ 14,00/cx de 20 kg. Uva As chuvas vêm freando o ritmo da colheita da uva, ao mesmo tempo em que o produtor está aguardando o retorno do sol para recuperar a concentração de açúcar da fruta. As variedades de ciclo semiprecoce, tais como Bordô, vêm apresentando muito boa sanidade e de rendimento dentro da média, sendo colhida e muito disputada pelas indústrias vinícolas. As de ciclo médio, como a Isabela, a mais cultivada na região da Serra, inicia sua colheita nos locais de clima mais quente. Leite O mercado do leite manteve-se estável. De acordo com pesquisa de preços elaborada pela Emater/RS–Ascar, as chuvas também beneficiaram a maioria das regiões produtoras de leite do Estado, embora os volumes ainda sejam considerados reduzidos pelos produtores. A manutenção das pastagens e o bom desenvolvimento do milho destinado à silagem são fundamentais para redução do custo de produção e conseqüente aumento da renda do setor. No momento alguns produtores seguem alimentando seu rebanho com rações e concentrados para manter os níveis de produtividade elevados. Piscicultura Neste ano, os preparativos para as tradicionais feiras de peixe que ocorrem na Semana Santa já estão em andamento. O período é o melhor para comercialização de pescado. Muitos produtores já estão fazendo a reserva de alevinos para o repovoamento dos açudes após concluída a despesca tradicional do período da festividade. As chuvas que ocorreram foram benéficas para a piscicultura, visto que, em muitas regiões, registrou-se a recuperação do nível satisfatório dos açudes. O mar permanece desfavorável à pesca com o bote. Seu rendimento continua baixo. A média de capturas permanece na faixa dos 20 a 30 kg/dia e as espécies mais capturadas seguem sendo a pescada branca, a corvina, o linguado, a abrótea e o papa terra. A pesca do camarão está rendendo, pelo sistema de rede “aviãozinho”, na base de 5 a 10 kg/noite. Já com a tarrafa, o rendimento tem ficado entre 5 a 6 kg/noite. Uma renda adicional esta época do ano para comunidade de pescadores é a venda de isca viva para pesca no mar. Na venda direta, o quilo do marisco com casca está cotado em R$ 3,00, mesmo valor praticado para o pacote de minhoca do mar.