Feijão - Feijão vai continuar caro no supermercado
Data:
19/02/2008
Depois de atingir preços recordes no final do ano passado, neste mês a cotação do feijão entrou em tendência de queda nos preços recebidos pelos produtores paranaenses. Em um mês, a cotação por saca de 60 quilos do feijão de cor (carioca) caiu R$ 16, saindo de R$ 177 (em janeiro) para R$ 161 (preço de sexta-feira (15-02)). No entanto, os consumidores não devem esperar grandes baixas no preço do produto nos supermercados, uma vez que a avaliação é que os custos devem continuar altos. "O teto (do preço) já foi atingido em janeiro quando, em plena colheita, os produtores chegaram a receber R$ 250 por saca no campo. Foi um período atípico, não acreditamos que esses picos (de preços) se repitam, mas vai depender do clima. O mercado é muito volátil", explica Margorete Demarchi, engenheira agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O Paraná produz 23% de todo o feijão cultivado no Brasil. Os preços da leguminosa começaram uma escalada de alta a partir do último trimestre do ano passado, quando foi confirmada redução de 29% na área plantada. A área cultivada ficou em 292.500 hectares e a produção foi de 423 mil toneladas, quantidade 25% menor do que a colhida na safra passada. "Essa redução ajudou os preços a subirem, mas atingiram níveis exorbitantes", avalia Margorete. Enquanto a média de preços de janeiro ficou em R$ 177 (a saca), no primeiro semestre do ano passado a cotação estava na casa dos R$ 46. Há um ano o preço médio era de R$ 41 por saca. As boas cotações do final do ano passado foram determinantes para definir o plantio da segunda safra (iniciado entre dezembro e janeiro), que foi 32% maior do que o semeado no mesmo período de 2007. A estimativa é de uma área plantada de 194.300 mil hectares, que deve gerar uma produção de 329 mil toneladas. "A lavoura de feijão é de risco, é cara e os produtores estão mais organizados. Estão surgindo no Paraná bolsões de tecnologia, com lavouras adubadas e com cuidados fitossanitários, o que aumenta os custos de produção", explica a engenheira agrônoma. A produção esperada para esta safra é de 767 mil toneladas, quantidade um pouco menor do que a colhida no ano passado. Já o mercado do feijão preto está mais firme do que o do feijão carioca. Embora a cotação seja menor do que a da outra variedade a diferença entre eles vem caindo. "Essa alta de preços (do feijão preto) está sendo puxada pelo consumo em algumas regiões do Estado e pelo aumento do feijão carioca, uma vez que houve migração de consumo", avalia Margorete.