Contratos da oleaginosa para o mês de julho chegaram a 14,3 dólares o bushel na Bolsa de Chicago O preço da soja atingiu novo recorde, ontem, na Bolsa de Chicago. O valor do bushel fechou em 14,30 dólares para contratos para o mês de julho, o que representa alta de mais de 27 pontos em relação ao último pregão. Segundo consultores, a cotação é a maior da história do pregão, fundado em 1882. 'Desde que a Bolsa de Chicago foi criada, o bushel nunca chegou a esse patamar', informou. O movimento da bolsa na terça-feira já estava anunciado desde a segunda-feira à noite, quando a o pregão eletrônico apontava alta expressiva. O aquecimento do mercado é reflexo da conjuntura internacional das commodities agrícolas. Segundo o presidente da Cooperativa Central Agroindustrial Noroeste (Coceagro), Antônio Wünsch, o uso de soja para a produção de biodiesel aumentou a demanda, aquecendo o mercado. Além disso, o consumo da oleaginosa como alimento também teve elevação, principalmente na China, mas também em países como o Brasil. Para Wünsch, o cenário deve beneficiar os agricultores brasileiros. 'O único país do mundo que pode oferecer produção em grande escala é o Brasil, porque temos milhares de hectares para expandir o cultivo.' A elevação de preços também deve ajudar os agricultores ligados à Cooplantio a recuperar de 'forma rápida' as perdas acumuladas nos últimos anos. De acordo com o gerente de grãos da cooperativa, Marcelo Pinto de Faria, o cenário reflete o nível dos estoques mundiais de soja. Apesar do valor de passagem só ser anunciado no dia 10 de março, a previsão é que haja apenas 140 milhões de bushels estocados. 'O valor é muito baixo. A situação só deve ser normalizada em 2017 se não houver novas frustações', disse. O presidente da Comissão de grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, comentou que, com a alta no preço da soja, a tendência é de rentabilidade para o produtor gaúcho, que amargou prejuízo nas últimas safras. No entanto, ele teme que a elevação de preço dos insumos acabe com a perspectiva de ganhos. 'O produtor vai ter problemas para fazer a próxima safra', alertou.