Indústria começa a se adaptar à legislação e mostra, nos rótulos, quais produtos possuem organismos geneticamente modificados. Rótulo de óleo de soja: o T indica o uso de produto TRANSGÊNICO Nas prateleiras dos supermercados do Distrito Federal já é possível encontrar produtos que trazem no rótulo informações sobre a presença de organismos geneticamente modificados. A novidade é a prova de que a indústria vem, aos poucos, se adaptando à legislação brasileira. Duas das mais famosas marcas de óleo de soja à venda no mercado local, Soya e Liza, fazem alertas em suas embalagens. Com isso, o consumidor passa a ter melhores condições de decidir se quer ou não levar para casa alimentos TRANSGÊNICOS. Por lei, o cidadão deve ser informado sempre que o percentual de transgenia for superior a 1%. Uma decisão da Justiça Federal no Piauí, no entanto, tornou mais rígida essa regra. Desde o ano passado, os fabricantes são obrigados a deixar claro se utilizaram ou não matéria-prima transgênica, seja em que quantidade for. O símbolo criado pelo governo federal é um "T", na cor preta, dentro de um triângulo de cor amarela. A imagem tem o tamanho de uma unha e está localizada, na maioria das vezes, na parte inferior do rótulo. O decreto que trata da rotulagem é de 2003. No Brasil, é permitido cultivar soja, algodão e milho TRANSGÊNICOS. O país ampliou em 3,5 milhões de hectares as lavouras geneticamente modificadas em 2007, na comparação com 2006, conforme levantamento da organização não-governamental Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA). O crescimento, de acordo com a entidade, fez com que a área cultivada chegasse a 15 milhões de hectares de soja tolerante a herbicida e de algodão resistente a insetos. Ambientalistas criticam o avanço dessas plantações. O Ministério da AGRICULTURA acompanha de perto a adequação das indústrias à lei. Marcus Coelho, coordenador de biossegurança, disse que o cumprimento da norma é uma vitória do consumidor. "Nas rações de animais, o aviso também está nas embalagens", lembrou. As fabricantes de alimentos informam que a transição dos rótulos ocorre gradativamente desde o ano passado. Para o presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Walter Colli, a população não deixará de adquirir produtos que apresentem o "T". Rotulagem não é competência da CTNBio, mas, conforme o especialista, classificar os produtos deixa o consumidor mais seguro na hora de escolher. "Serve de informação. O importante é que a sociedade saiba que quando a comissão aprova um TRANSGÊNICO para comercialização está dizendo que o produto não é nocivo à saúde humana e animal e que não prejudica o meio ambiente", completou.