Medida da Camex agrada a produtores de grãos e deve reduzir custos da lavoura no próximo ano-safra. A taxa para importar glifosato da China caiu de 35,8% para 11,7%. A decisão do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) foi publicada, ontem, na resolução nO 9, no Diário Oficial da União (DOU). A medida tem caráter provisório e vigora até que seja concluída a revisão no Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O estudo identificará se existe a prática de dumping pela China nas exportações do produto, podendo causar dano à indústria doméstica. O prazo para análise é de 12 meses. A redução do direito antidumping sobre a importação de glifosato deve baratear o cultivo de produtos agrícolas como milho e soja, usados na alimentação de aves e de suínos voltados à produção de carnes para consumo interno e exportação. Com isso, espera-se redução dos preços e aumento da competitividade internacional. Desde 2003, o Brasil aplica direito antidumping na importação do glifosato oriundo da China. Na avaliação do Ministério da Agricultura, a iniciativa reduziu as opções de fornecimento do insumo. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, comentou que os produtores haviam solicitado a redução da taxa para 5%. Apesar de não atender na integralidade o pleito do setor, a determinação, acrescentou, já melhora a situação para a próxima safra. 'Isso cria a expectativa de sustar as altas nos insumos', afirmou Sperotto. 'Ajuda, mas não resolve o problema inteiro', concluiu. A Monsanto, que detém aproximadamente 80% da produção e comercialização de glifosato em território nacional, informou que vai encaminhar ao Departamento de Defesa Comercial (Decom) as informações necessárias para a análise técnica durante o período de investigação do dumping.