A previsão de crescimento da SAFRA de café de 2,2 milhões de sacas em 2007 para entre 2,4 a 2,6 milhões de sacas em 2008 aumenta a expectativa de ganhos para os produtores baianos. Além disso, o crescimento do mercado mundial, a manutenção da alta dos preços internacionais e a ampliação do mercado interno reforçam o otimismo dos produtores de café da Bahia. A alta o preço da saca nos últimos anos, que saltou de U$ 80 em 2004 para U$ 150 em 2008, não resultou nos lucros previstos, segundo Sílvio Leite, presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé). "A provável rentabilidade foi anulada pela desvalorização do dólar e pelo aumento dos preços dos defensivos e fertilizantes, da energia, do óleo diesel e da mão-de-obra", disse. Mas outros fatores recentes, aliados à manutenção de alta dos preços internacionais, podem contribuir para um novo cenário. "O mercado internacional, que é hoje é de 120 milhões de sacas, cresce a 2% ao ano, o que representa a necessidade de mais 2,4 milhões de sacas e o Brasil, especialmente a Bahia, pode se preparar para atender a esta demanda", avalia Leite.O Brasil é o principal produtor internacional de café e responde por 45 das 120 milhões de sacas colhidas em todo o mundo. Em seguida vem o Vietnan, com 15 milhões, e a Colômbia com 11. O consumidor brasileiro amargou um ano de aquecimento do preço. Segundo o Departamento Intersindical e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), nos últimos 12 meses, o item café na cesta básica teve alta de 17,37% contra uma inflação de 4,49 medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).Mas a expectativa é de que o preço interno seja também beneficiado com a alta da produção. A previsão de aumento de 30% da SAFRA para este ano, segundo a economista Nádia Souza, do Dieese, deverá impedir novas altas. Outra novidade positiva no mercado interno, segundo Leite, é o crescimento do consumo do café de qualidade internacional em shoppings, bares e restaurantes. "O brasileiro descobriu que não precisa atravessar o Atlântico para beber um produto qualidade superior", diz.A redução dos estoques também é um indicativo positivo para os produtores. "Pela primeira vez na história o estoque do governo é zero e o estoque de passagem da entressafra caiu de 20 milhões para 8 milhões", diz João Araújo, coordenador geral do 9º Agrocafé, Simpósio Nacional do Agornegócio Café, que vai reunir em Salvador representantes de todos os setores da cadeia de produção do café de 3 a 5 de março. O simpósio vai discutir alternativas de recuperação de renda do produtor neste momento de alta no mercado internacional. Para Leite, a conquista de novos mercados exige o avanço dos agricultores também na certificação dos produtos. "A certificação permite a rastreabilidade e confiabilidade, num mercado que paga mais mas exige também informações sobre procedência e detalhes sobre como o café foi produzido, desde o plantio até a torrefação", diz. Segundo Araújo, este é um momento especial para a cafeicultura baiana, que pode se beneficiar de terras mais baratas do que em São Paulo e Paraná. Estes Estados também estão substituindo o café pela de canade-açúcar para a produção de ETANOL. "Podemos crescer porque temos também água, clima e uma tradição de 160 anos de produção", avalia.A redução dos estoques também é um indicativo positivo para os produtores. "Pela primeira vez na história o estoque do governo é zero e o estoque de passagem da entressafra caiu de 20 milhões para 8 milhões", diz João Araújo, coordenador geral do 9º Agrocafé, Simpósio Nacional do Agornegócio Café, que vai reunir em Salvador representantes de todos os setores da cadeia de produção do café de 3 a 5 de março. O simpósio vai discutir alternativas de recuperação de renda do produtor neste momento de alta no mercado internacional. Para Leite, a conquista de novos mercados exige o avanço dos agricultores também na certificação dos produtos. "A certificação permite a rastreabilidade e confiabilidade, num mercado que paga mais mas exige também informações sobre procedência e detalhes sobre como o café foi produzido, desde o plantio até a torrefação", diz. Segundo Araújo, este é um momento especial para a cafeicultura baiana, que pode se beneficiar de terras mais baratas do que em São Paulo e Paraná. Estes Estados também estão substituindo o café pela de canade-açúcar para a produção de ETANOL. "Podemos crescer porque temos também água, clima e uma tradição de 160 anos de produção", avalia.