Feijão - Após recorde de alta, preço do feijão começa a recuar
Data:
22/02/2008
Principal culpado pelo almoço mais caro na mesa do brasileiro nos últimos meses, com alta acumulada de mais de 200% entre abril de 2007 e janeiro deste ano, o feijão carioquinha começa a ficar menos indigesto. Na última semana, a queda no preço médio do grão chegou a 6,9%, passando de R$ 6,25 para R$ 5,82 o quilo, dando a maior contribuição para a baixa no custo da cesta básica, que caiu de R$ 381,46 para R$ R$ 376,42, segundo pesquisa semanal da Secretaria Municipal de Abastecimento (Smab). Produtores e supermercadistas apostam em novos recuos de preço do companheiro inseparável do arroz. «Há uns 15 dias, a saca de feijão chegava a ser comercializada a R$ 180. Agora, está entre R$ 130 e R$ 160. E, como a colheita da safra das águas deve acontecer em breve, a tendência é que os valores baixem mais», diz Welerson Alcebíades Neto, gerente administrativo do Sindicato dos Produtores Rurais de Unaí, um dos maiores municípios produtores do Estado. «É difícil prever, mas acredito que a saca deverá chegar aos R$ 100, o que ainda será um bom preço», estima. De acordo com o assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Pierre Santo Vilela, a média histórica de preço pago pelo produto colhido durante a primeira safra fica entre R$ 60 e R$ 70, a saca. «O feijão tende a seguir a rota de queda, mas não acredito que haja fôlego para atingir os patamares antigos», opina. Segundo ele, a previsão é que 230 mil toneladas do produto sejam colhidas em Minas Gerais a partir de março, favorecendo os estoques. Com o crescimento na oferta do alimento na prateleira do supermercado, a expectativa do coordenador da pesquisa da Smab, Djalma Prado, também é de que os preços recuem. «O feijão permanece salgado para o consumidor, mas está caindo aos poucos», diz. Segundo o levantamento, o menor preço - R$ 3,89 - foi encontrado no Arrastão Supermercados, no Barreiro, em Contagem. Além do feijão, contribuíram para a diminuição do custo da cesta básica a carne de boi (-2,8%), o leite longa vida (-1,2%) e o frango resfriado (-2,1%). «Depois de um ano em que a alimentação foi a vilã, espera-se que os valores se acomodem», pontua Prado, creditando a desaceleração do valor do bife às recentes restrições das exportações de carne impostas pela União Européia. Ainda apresentaram recuo os preços da batata inglesa (-22,5%), da cenoura (-14,9%), do quiabo (-42,7%) e do tomate (-13,5%).