Arroz - Cuidados para evitar contaminação do arroz
Data:
26/02/2008
O agrônomo e pesquisador Eduardo Eifer, especialista na área de pesquisa em processados industriais e pós-colheitas da Embrapa Arroz e Feijão, situada em Goiás, participou do seminário sobre o enfrentamento ao beribéri, em Imperatriz, e disse que a incidência da doença no Maranhão se deu em razão de um fungo, surgido a partir do armazenamento inadequado do arroz e da temperatura quente e úmida verificada no estado. - Tanto o arroz quanto o milho e qualquer outro produto agrícola devem ser armazenados em local seco e bem arejado. O que acontece é que a região do Maranhão é muito úmida, chove 1.400 milímetros num período de seis meses, e com isso há muita infiltração de umidade pelas paredes e pelo chão - ressaltou. Eduardo Eifer orientou aos pequenos produtores que, ao colherem o arroz, adotem procedimentos específicos para evitar o surgimento do fungo, como estocar o produto suspenso do chão e com umidade abaixo de 13%. Ele lembrou que, sem conhecimentos técnicos, os pequenos produtores costumam deixar o arroz no meio da roça, em forma de pilhas, exposto à chuva e ao sol e em contato com o chão. - Para saber se o arroz está no ponto de colheita, por exemplo, o agricultor pega e quebra o grão, que tem que dar três estalos próximo ao ouvido, ou pegar o grão de arroz e morder. Se sentir trincar, é porque tem a umidade adequada. Mas só isso não é confiável, porque pode haver fungo em outros grãos - revelou o agrônomo, acrescentando que não há, empiricamente, uma forma segura de saber se o arroz está com a umidade adequada. Segundo ele, agentes de campo serão treinados, a partir do novo seminário que ocorrerá esta semana, e possivelmente também serão usados equipamentos para medir a umidade desses grãos. A proposta é que técnicos da área da agricultura, no âmbito do Governo Federal e do Estado, desenvolvam projeto único, com a adoção de várias medidas para controle da umidade de grãos com a aquisição de equipamentos específicos para serem usados nas pequenas propriedades rurais. Marçao Tadano, do Departamento de Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, lembrou que o seminário da semana passada e o que ocorrerá esta semana obedecem um cronograma de ação estratégica dos órgãos que atuam no combate ao beribéri. - Primeiro, devemos esclarecer as lideranças, toda a comunidade e até os meios de comunicação sobre o que é o beribéri. Qual é a origem da doença, que tipo de fungo causa o beribéri e, depois, promover treinamentos para lideranças rurais e mais frentes. Provavelmente, na segunda quinzena de abril, começaremos a ‘operação colheita’ aqui na região - frisou Marçao Tadano.