Arroz - RS poderá abrir mercados para o arroz na África e Oriente Médio
Data:
29/02/2008
A estabilização dos estoques internacionais de arroz deverá abrir novos mercados e expandir os atuais. A conclusão é do gerente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone) André Nassar, que fez palestra nesta quinta-feira (28) durante a 18ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Cachoeirinha. Segundo Nassar, os preços internacionais estão em plena recuperação e devem atingir U$ 450 por tonelada este ano. “É preciso aproveitar os altos preços mundiais para colocar o arroz brasileiro no mercado exterior”, afirma, ressaltando que o governo federal terá que desenvolver mecanismos que aumentem a saída do produto. A cada 10% que um país exporta de arroz, por exemplo, é gerado o dobro em renda para o produtor. Para o diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Rubens Silveira, a meta do Estado é exportar ao menos 10% da safra gaúcha de arroz, que gira em torno 7 milhões de toneladas. Principal destino para o cereal do Brasil, os países africanos devem fomentar as importações, conforme Nassar. A informação se baseia no crescimento vegetativo da população. “Temos mercados abrindo no Oriente Médio e na América Latina”, diz. Nassar explica que as importações mundiais devem ter um incremento de 9 milhões de toneladas nos próximos 10 anos. A projeção indica que o preço do arroz se manterá estável pelo menos até as próximas cinco safras. O aumento nos dois últimos anos se deveu ao custo de produção. “Os preços dos insumos subiram 50% desde 2000, o que explica a alta da cotação”, frisa. Mas para incrementar as exportações, o governo precisará criar incentivos. De acordo com Nassar, uma das soluções seria um Programa de Restituição das Exportações. O mecanismo, segundo Nassar, ajudaria a escoar a produção gaúcha e geraria renda ao País. Em troca, o governo devolveria os impostos pagos pelas indústrias, principalmente o ICMS. O reintegro, como é conhecido o Programa, já é praticado no Uruguai e Argentina e não se caracteriza como um subsídio, valendo, principalmente, para o arroz beneficiado. Em 2007, as exportações alcançaram 295 mil toneladas. Para o diretor do Irga, o setor poderia ter exportado mais, não fosse o câmbio desfavorável. “No ano passado, o dólar atingiu o menor patamar desde 2000 e isso dificultou a competitividade do arroz gaúcho no exterior”, frisa. Silveira lembra que em 2004, o Brasil exportava apenas 50 mil toneladas e que o valor evoluiu para 450 mil toneladas em 2006.