Engenheiros agrônomos da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Tocantins (Adapec) começaram visitas técnicas às lavouras de soja das regiões central, sudeste e leste do Estado para verificar a existência de ferrugem asiática nas plantações. A inspeção está sendo realizada em conjunto com a Superintendência Federal da AGRICULTURA e Secretaria Estadual da AGRICULTURA, Pecuária e Abastecimento, além do IBGE, que vai atualizar os dados sobre a cultura no Estado. Com relevante importância econômica no Estado, a soja, segundo dados da CONAB, encabeça a lista de produção agrícola do Tocantins. Em 2007, a produção foi de 713,29 mil toneladas de soja, enquanto a de arroz foi de 413,78 mil toneladas e a de milho, 231,20 mil toneladas. A área plantada, incluindo soja de sequeiro e subirrigada, teve aumento de 7,8% em relação à SAFRA do ano anterior. Segundo Raimundo Mariano, coordenador de Sanidade Vegetal da Adapec, além de inspecionar propriedades para verificar a existência da ferrugem da soja nas plantações, a suspeita de outros tipos de doenças também será averiguada. "Estamos esclarecendo aos produtores sobre as doenças e distribuindo lupas de alta definição para a identificação da ferrugem asiática, principal praga da soja", disse o coordenador, acrescentando que, caso sejam encontradas inconformidades nas lavouras ou qualquer suspeita de doença, serão coletadas amostras para avaliação laboratorial. Serão visitadas cerca de 20 propriedades nos municípios de Porto Nacional, Sivanópolis, Santa Rosa, Dianópolis, Natividade e Mateiros, além das lavouras na Chapada das Mangabeiras. Causa A ferrugem da soja ou ferrugem asiática é causada por duas espécies de fungo do gênero Phakopsora, que ocorre naturalmente em diversas leguminosas presentes na maioria dos países que cultivam o produto. A doença foi relatada pela primeira vez em 1902 no Japão e em 1947 no Brasil, em Minas Gerais, ficando, no entanto, restrita a pequenas áreas. Em 1998, foi relatada no Zimbábue, onde se tornou epidêmica, causando perdas de 60% a 80% na produção de soja. Atualmente, a doença se encontra em diversos Estados brasileiros, inclusive no Rio Grande do Sul. Normalmente, a doença se inicia pelas folhas situadas nas partes baixas da planta. Os primeiros sintomas são caracterizados por minúsculos pontos escuros no tecido, com coloração esverdeada ou cinza esverdeado, observados facilmente contra um fundo claro, como o céu.