Apesar do avanço da colheita, os preços da soja no mercado brasileiro continuam aumentando. A situação só se repetiu em 2004, o melhor ano dessa cultura até então. Ontem, foi registrada mais uma alta das cotações no País. Em Cascavel (PR), por exemplo, a saca de 60 quilos foi negociada a R$ 48 (+1,05%) em relação ao valor de sexta-feira, segundo a SAFRAS & Mercado. Até em Sorriso (MT), onde a colheita está mais avançada, a saca teve elevação de R$ 40,20 na sexta-feira para R$ 40,50 ontem. "Esse movimento atípico é reflexo das cotações na Bolsa de Chicago (CBOT) que não param de subir", acrescenta Lucílio Alves, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Ontem, a commodity teve nova alta na bolsa fechando em 1.555,00 centavos de dólar por bushel (+1,2%). Levantamento da SAFRAS mostra que em fevereiro deste ano, os preços médios da oleaginosa no País superaram os da média de fevereiro de 2004, quando a saca chegou a valer R$ 43,96, ante os R$ 46,25 de fevereiro deste ano. A alta expressiva na CBOT vem refletindo em descontos nos portos mas, ainda assim, os preços ao produtor estão muito mais elevados do que estavam em fevereiro de 2007, quando o câmbio era R$ 2,10. Alves, do Cepea, explica que em 28/02/2007 a saca ao produtor em Paranaguá (PR) estava em US$ 17,50, o equivalente a R$ 36,75 e os descontos no porto estavam nulos. Em 29 de fevereiro deste ano, esse valor em dólar foi de US$ 31,50, o equivalente a R$ 54,4, mesmo com um desconto de 100 pontos. Segundo a SAFRAS entre janeiro deste ano (início da colheita) e fevereiro a valorização do grão, na média mensal, foi de 1,7% em Cascavel. De acordo com o Indicador do Cepea, somente entre 22 e 29 de fevereiro, alta na média das cinco regiões do Paraná foi de 2,9%. No mês de fevereiro, o indicador acumulou alta de 5,45%. Recorde chinês Soja em grão e óleo registraram os maiores aumentos permitidos pela CBOT devido ao crescimento da demanda chinesa, de acordo com a Bloomberg. O preço do óleo elevou-se em 3,5% na Bolsa de Dalian, a principal bolsa agrícola da China, onde os preços avançaram por 15 sessões seguidas. "A China dobrará ou triplicará as importações de óleo nos próximos três meses para conter a inflação", disse Roy Huckabay, vice-presidente executivo do Linn Group, em Chicago.