Segundo ministro da AGRICULTURA, início da colheita no Paraná deve derrubar as cotações. Os preços do feijão devem recuar a partir de abril, quando começa a colheita da segunda SAFRA do Paraná, principal Estado produtor. A expectativa é do ministro da AGRICULTURA, Reinhold Stephanes. A saca de feijão, produto que tem sido apontado como um dos responsáveis pela alta dos índices de inflação, é vendida, de acordo com Stephanes, por valores entre R$ 140 e R$ 150. A previsão do governo é que, com o início da colheita, os preços caiam para menos de R$ 100. "Esperávamos uma reação mais rápida, pois a cultura é de ciclo curto, cerca de 90 dias, e o preço estava bom", comentou Stephanes. Ele lembrou, no entanto, que as chuvas fracas e mal distribuídas durante o ciclo de desenvolvimento dos grãos resultaram na queda de 13,5% da produção na primeira SAFRA, que foi de 1,356 milhão de toneladas. Mas o sexto levantamento da COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB) para a SAFRA 2007/08 de grãos, divulgado ontem, indicou que a produção de feijão vai crescer 21,9% na segunda SAFRA, para 1,214 milhão de toneladas. A comparação é com a segunda SAFRA do ano passado. O aumento será mais expressivo nos Estados do Paraná, (56%, par a 356,1 mil toneladas), e Ceará, (65,9%, para 182,1 mil toneladas), resultados que dependem do clima, ressalvou o ministro. De acordo com levantamento feito pela CONAB entre os dias 18 e 22 de fevereiro, a produção total de grãos do País será de 139,3 milhões de toneladas, crescimento de 5,8% na comparação com a colheita de 131,7 milhões de toneladas da SAFRA anterior. As lavouras de soja, que já estão sendo colhidas, renderão 59,6 milhões de toneladas, com alta de 2,1% na produção. A colheita total de milho foi estimada em 55,3 milhões de toneladas, aumento de 7,6%. Após apresentar o resultado do levantamento, Stephanes lembrou que o cenário é bom para os produtos agrícolas brasileiros. Segundo ele, a demanda por alimentos está aquecida, principalmente no mercado externo. "Aquilo que historicamente vinha acontecendo - os preços dos produtos agrícolas caíam e puxavam a inflação para baixo em relação aos demais produtos e serviços - aparentemente está se invertendo. Hoje, o mundo que era de oferta de produtos agrícolas passa a ser um mundo de demanda por produtos agrícolas. É aí que o Brasil e o produtor se situam em condições melhores do que no passado e com perspectivas futuras muito boas", afirmou.