Representantes da cadeia nacional do grão participam da maior feira de alimentos da Ásia Os consumidores do Japão estão na mira dos produtores brasileiros de café de alta qualidade. Cerca de 20 representantes de cooperativas, associações e indústrias nacionais participam, de amanhã até sexta-feira, da Foodex Japan 2008, considerada a maior feira de alimentos da Ásia. É a segunda vez que a cafeicultura brasileira usa o evento como vitrine e, este ano, a idéia é impressionar ainda mais o país que já é o quinto maior consumidor de café do mundo e conhecido por valorizar bem produtos de qualidade destacada. "Nossa expectativa é de resultados muito bons", afirma o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz. Ele não se atreve a calcular os valores que serão negociados, pois são imprevisíveis. Ressalta, no entanto, que o espaço dos cafeicultores brasileiros na feira será o dobro do ocupado no ano passado. "Será a maior representação do Brasil na feira. Teremos um estande de 100 metros quadrados", conta. Ele não vai participar da feira, mas o presidente da Abic, Guivan Bueno, está entre os representantes da indústria brasileira do café. Entre os mineiros, há produtores associados à Cooperativa Regional dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde, de Carmo de Minas, representantes do Café do Cerrado, da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e de duas indústrias, a Café Bom Dia, de Varginha, no Sul do estado, e da Café Turmalin, de Turmalina, que representa núcleo produtor do alto Jequitinhonha. Ainda participam do evento representantes do Ministério da AGRICULTURA, Pecuária e Abastecimento, e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Os brasileiros que estarão presentes na Foodex Japan 2008 vão usar os 100 anos da imigração japonesa como mote promocional. Muitos japoneses se mudaram para o país para trabalhar em lavouras cafeeiras e foi justamente há 100 anos que foi registrada a primeira exportação de café do Brasil para aquele país. Foram apenas 600 sacas, mas elas abriram as portas de um importante mercado. Hoje, o Japão é o quarto maior país comprador de cafés em grão verde do Brasil, com uma média de 2 milhões de sacas/ano, e de café em grão torrado ou torrado e moído, com 400 toneladas/ano. É também um tradicional comprador de café solúvel, sendo o 6º maior mercado do Brasil, com uma média de 3,5 mil toneladas/ano. "O Japão é estratégico para os cafés do Brasil, pois o aumento da demanda mundial do produto, nas próximas décadas, dependerá da incorporação de novos consumidores em mercados emergentes, sobretudo na Ásia", avalia Guivan Bueno. Na feira, a qualidade e a diversidade de sabores dos cafés brasileiros poderão ser atestadas pelos visitantes nas degustações de bebidas que serão preparadas por dois baristas japoneses. "Eles prepararão tanto bebidas tradicionais, como os cappuccinos, quanto receitas especiais com produtos japoneses", diz Christian Santiago, responsável pela organização da participação dos empresários na Foodex 2008 e coordenador do Programa Setorial Integrado (PSI) para exportação de café industrializado (convênio entre a Abic e a Apex-Brasil). Para as negociações, os brasileiros vão contar com a ajuda de tradutores. Acima da média As exportações brasileiras de café para o Japão cresceram, este ano, acima da média. Enquanto a receita com as vendas para outros países aumentou 14,4%, no acumulado de janeiro e fevereiro, as exportações para o Japão avançaram 25,99%, no mesmo período. Nos dois primeiros meses do ano, foram vendidas 289.5 mil sacas para os japoneses. Em fevereiro, a receita total obtida com as exportações brasileiras de café alcançou US$ 339,75 milhões, com crescimento de 18,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.