A situação é crítica em algumas cidades das regiões Celeiro, Centro, Produção, Missões e Fronteira Noroeste. Para muitos produtores, nem que volte a chover em abundância será possível recuperar a plantação destruída pela falta de água e pelo excesso de calor. Em Rodeio Bonito, levantamentos preliminares apontam perdas de R$ 4,79 milhões nas culturas de soja, milho e feijão e na produção leiteira, cujo déficit chega a 50%. Nesse montante não estão contabilizadas hortaliças e frutas perdidas. O chefe do Escritório Municipal da Emater, Artemio Balsan, revela que os problemas são mais graves em Linha Nova, Santa Cruz e São Cristóvão. Diz que a situação afeta ainda o comércio local. Entre os que contabilizam perdas está Vantuir Nickorn, 35, que há cinco anos trocou a profissão de ferreiro pela de agricultor e, neste período, contabiliza a quarta estiagem. Desta vez, ele perdeu todas as plantações de tomate, alface, pepino, feijão e chuchu, além de R$ 12 mil investidos no preparo das lavouras. Os prejuízos de Nickorn também atingiram o cultivo de melancias. Ele comprou sementes suficientes para colher 8 mil unidades da fruta. 'Colhi apenas 20.' Em Pinhal, a produção leiteira, que era de 10 mil litros/dia, caiu pela metade. Do milho plantado, só 50% da previsão inicial de safra serão colhidos. 'Calculamos, entre janeiro e fevereiro, prejuízos de R$ 3,72 milhões, mas não contabilizamos todas as culturas', afirma o chefe do Escritório Municipal da Emater, Cleomar de Bona.