Analistas divergem sobre a tendência da cotação, mas concordam que comercialização exige atenção. Está acesa a luz amarela para os produtores de soja. O momento exige atenção para garantir o melhor negócio na comercialização do grão, já que ainda há divergências sobre a tendência da cotação. Durante palestra no 19º Fórum Nacional da Soja, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, o professor da USP e ex-secretário executivo do Ministério da Agricultura Guilherme Leite Dias indicou a probabilidade de queda de 10% a 20% no preço da oleaginosa entre este e o próximo ano. Mas isso não foi unanimidade. O aumento mundial da demanda por alimentos é um dos fatores que levam lideranças a acreditar em uma estabilidade de preços. A diferença de opiniões está registrada na Carta do 19º Fórum Nacional da Soja, divulgada ontem. Para Dias, a tendência é que a crise econômica norte-americana atinja a China e isso afete a demanda e os preços. Para minimizar a queda, recomendou aos produtores que acompanhem as variações no mercado de grãos, mas também dos insumos. 'Não se pode deixar para perceber o desequilíbrio lá na frente.' Ele ainda destacou que o mercado nestes dois anos será de volatilidade. Já o presidente do grupo CCGL, Caio Vianna, acredita que há uma tendência mundial dos investidores de lastrear a moeda em produção agrícola. 'É por isso que o preço está alto. A dúvida é se a tendência de lastrear o dinheiro continua. De qualquer forma, o mercado internacional está ávido por alimentos, e isso é real.' Ele ponderou, entretanto, que a busca por lastro pode ser exagerada. Neste ano, a cotação varia de R$ 45,00 a R$ 48,00 e era de R$ 22,00 a R$ 24,00 no ano passado. A demanda crescente por alimentos resulta em elevação dos preços, apontaram o presidente e o diretor da FC Stone do Brasil, Curt Goulding e Heber Cardoso, respectivamente. No entanto, o processo é cíclico. 'Preços altos levam a preços mais baixos e vice-versa.' Para os analistas, os preços estão muito altos e os consumidores não poderão continuar pagando sem ocorrer melhoria em sua renda. Entretanto, não acreditam que isto ocorra facilmente. Para eles, o atual parâmetro de mercado, entre 10 e 15 dólares o bushel, é muito mais perigoso do que se estivese em torno dos 5 dólares. 'Há suspeita de que o mercado tenha chegado ao seu limite', aponta.