Após fechar a semana passada com uma forte correção nos preços, o café voltou a subir ontem e fechou em US$ 152,05 centavos por libra peso os contratos para maio. No começo deste mês, o mesmo contrato era negociado por US$ 167,55 centavos por libra peso na Bolsa de Nova York (Nybot). Na sexta-feira, os contratos para maio fecharam valendo US$ 151,45 centavos por libra peso. Uma desvalorização de 9% na semana. Em Londres, os preços subiram nesta semana e os contratos para maio fecharam ontem em US$ 2.560 dólares por tonelada. No entanto, a queda na semana passada foi de 8,8%. Para especialistas, houve um estouro de uma "bolha especulativa" que se formou em virtude das fortes atuações dos fundos de investimento, que migraram de outros segmentos econômicos e passaram comprar com intensidade os contratos das commodities. Os fundamentos econômicos de grande demanda e baixa oferta também teriam favorecido essa alta. Com esse cenário, a atenção está voltada para a próxima SAFRA brasileira, que é a maior do mundo e começa a ser colhida a partir de abril. A COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB) projetou uma produção entre 41 e 44 milhões de sacas. Mas alguns analistas divulgaram na semana passada que acreditam em uma SAFRA entre 50 e 55 milhões de sacas. Gil Barabach, analista da SAFRAS & Mercado, avalia que a produção ficará entre 47,6 e 49,9 milhões de sacas, com base no início da florada. Mas ressalta que a forte queda dos preços na sexta-feira não tem relação com essa nova especulação sobre a SAFRA. "Os preços estavam pegando carona com as outras commodities e seguindo a tendência do mercado". Já Reginaldo Resende, analista da Fcstone, diz que especulação em cima da SAFRA sempre vai existir. Mas avisa que se realmente ficar em 55 milhões de sacas, o mercado irá reagir. "Os preços podem voltar aos patamares de antes da subida, entre US$ 130 e US$ 135 centavos por libra peso.