Na semana passada, cotação do cereal no Estado gaúcho chegou a R$ 600 a tonelada, ante R$ 520 há alguns dias A demanda externa movimentou o mercado de trigo no Rio Grande do Sul na semana passada. A entrada de exportadores elevou o preço do cereal a R$ 600/tonelada, ante R$ 520/tonelada há alguns dias, mudança sentida também no valor recebido pelo produtor. Levantamento da Emater indica alta de 4,04% na cotação média da saca, para R$ 27,05. "O Rio Grande do Sul tem mais produto disponível que o Paraná neste momento", observa o trader Walter Von Muhlen, da Serra Morena Corretora. O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul, Rui Polidoro Pinto, calcula que ainda haja cerca de 350 mil toneladas disponíveis para negociar no Estado. Até a semana passada, o Paraná tinha 95% da SAFRA contratados, reforça Otmar Hubner, do Departamento de Economia Rural (Deral). O Deral divulgou na semana passada a primeira estimativa de plantio para a SAFRA de trigo em 2008, que indica aumento de 13,1% na área cultivada, para 951 mil hectares, refletindo a expectativa de oferta mundial ajustada - estoques no menor nível em 30 anos, diz Hubner - e valorização do preço. Com clima normal, o Estado pode colher 2,5 milhões de toneladas. O Paraná começa a cultivar trigo já em março, onde a primeira região apta pelo zoneamento pode iniciar o trabalho ainda esta semana, prosseguindo até 10 de maio. Otmar Hubner observa que o mercado está bastante volátil e é possível que uma boa colheita no Hemisfério Norte mude a perspectiva da SAFRA brasileira.