Armazenagem - Mato Grosso tem déficit para armazenar grãos
Data:
12/03/2008
A capacidade de armazenagem de grãos em Mato Grosso hoje tem um déficit de 2,795 milhões de toneladas. Mas isso não chega a ser um problema porque o escoamento da soja, que representa a maior parte da safra estadual é praticamente simultâneo à colheita, devido à comercialização antecipada da commoditie. Nesta safra, por exemplo, 75% do plantio já foi comercializado. De acordo com o superintendente estadual da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ovídio Costa Miranda, a capacidade de estocagem de Mato Grosso está em 24,159 milhões de toneladas. Levando-se em consideração que a produção do Estado está prevista para 26,954 milhões de toneladas, haveria o déficit de armazenagem de quase 3 milhões de toneladas. Aqui, a soja praticamente não é estocada nos armazéns da Conab, a armazenagem se concentra no milho e no arroz. Este ano, a operação maior deve ser de milho, já que a produção de arroz deve ser de apenas 600 mil toneladas e a de milho, 6 milhões. Diferente de outros estados, onde o governo federal eventualmente oferece desconto na prestação de serviço de armazenagem, em Mato Grosso não haverá concessão dessa facilidade. Segundo Miranda, aqui isso quase não acontece porque a capacidade é pequena, não chegando a 1% do total do Estado. A Conab tem em Mato Grosso cinco unidades próprias, que somam capacidade de estocar 200 mil toneladas. Essas unidades estão nos municípios de Rondonópolis, Diamantino, Sinop, Sorriso, Alta Floresta e Cuiabá. Mas o órgão também conta com armazéns particulares que são credenciados. Ao todo eles são 100, com capacidade para 1,5 milhão de toneladas de grãos. Os armazéns são utilizados para guardar os estoques de produtos adquiridos pelo governo e para prestar serviço de armazenagem a particulares. A Conab ainda não começou a receber produtos para estocagem. No ano passado, mesmo com o suposto déficit de armazenagem no Estado, não houve problemas de falta de espaço. Para Miranda, a safra deste ano também deve correr sem transtornos. O que ameniza a questão do déficit de armazenagem, como diz o superintendente da Conab, é não só o escoamento quase que simultâneo, mas também o giro dos produtos, que não ficam em sua totalidade parados nos armazéns o ano inteiro.