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Trigo - Preço do pão vai subir mais
Data: 20/03/2008
 
Padarias prevêem reajustes até 20% por conta da alta do trigo
Quem não abre mão de comer pão no café da manhã ou no lanche da tarde pode ir preparando o bolso. Desde o final do ano passado, o consumidor vem sentindo uma alta no preço do produto e, segundo os panificadores do DF, vai subir ainda mais. A expectativa é que o aumento chegue a 20%. Isso se deve à queda nos estoques mundiais de trigo, que resultou no reajuste do preço do grão, principal matéria-prima do pão e massas, como biscoito e macarrão.
De acordo com o Sindicato da Indústria de Alimentação de Brasília (Siab), 60% do trigo consumido no Brasil é importado da Argentina e 10% de outros países. Os 30% restantes são produzidos no País. O Brasil, aliás, é o país que mais importa trigo no mundo todo.
Proprietário da padaria Ouro Branco, no Guará, Júlio César, diz que vai aumentar o preço do pão, de R$ 5,69 o quilo para R$ 5,99. Além disso, diz que a farinha de trigo que ele sempre comprou está vindo diferente. Às vezes vem mais forte e às vezes mais fraca. "Com a farinha diferente, o pão não fica sempre o mesmo, e os consumidores têm notado. Eles reclamam da diferença do pão", explica Júlio.
Admilson Borba de Oliveira, proprietário da panificadora Hollywood, diz que os clientes estão conscientes do reajuste porque a imprensa divulgou informações sobre o aumento do preço do trigo e, conseqüentemente, do pão.
Vendas em alta
"O problema é que não foi só a farinha de trigo e o pão que aumentaram, o preço de outros ingredientes utilizados na produção também, como o óleo e o ovo", declara Admilson. Por conta disso, o preço do pão na panificadora foi reajustado no último sábado. Passou de R$ 5,99 para R$ 6,90, um aumento de 15,19%. "Mesmo assim, o volume de venda não caiu", completa.
Segundo números do Siab, o brasiliense não deixou, realmente, de comprar o pão depois dos aumentos. Pelo contrário, as vendas aumentaram 7%, de acordo com o presidente da entidade, Josè Jofre. No Distrito Federal, cada habitante consome, em média, 36 quilos de pão por ano.
Para Marcos Machado, da Panificadora Nacional, os empresários não têm mais para onde correr.
Hoje, ele cobra R$ 5,80 pelo quilo do pão. Mas, pretende aumentar para R$ 6,30 ou R$ 6,50. "Tenho que aumentar para compensar o preço do trigo. Além disso, tenho que pagar os funcionários. Ou eu aumento o preço do pão ou pago para trabalhar", disse Machado contrariado.
Consumidor reclama
A dona de casa Terezinha Gomes de Souza, 65, reclama sempre que vai comprar pão. "Eu compro dez pães todos os dias, e estou para não suportar mais. O meu marido é aposentado do GDF, mas o que ele ganha não está dando para tudo", lamenta. Ela diz, ainda, que se o preço continuar a aumentar, irá fazer coisas em casa, como biscoito de polvilho. "O pão nosso de cada dia não deveria estar esse preço todo", completa.
A alta no preço do pão teve impacto, também, no aumento da cesta básica. Números do Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese) mostram que o quilo do produto custava R$ 5,10 em janeiro e, em fevereiro, R$ 5,22. Alta de 2,35% em um intervalo de 30 dias.
Produção mundial é a mesma
Segundo Cláudio Zanão, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), a produção mundial de trigo é a mesma que a dos anos anteriores. Mas, como a Índia e a China começaram a comprar também, os estoques estão em baixa. "Só para ter uma noção, são os menores estoques em 30 anos. Por isso, houve a explosão de preços", explica. Segundo a Abima, em 2008 o preço do pão não irá cair. Até o segundo semestre deste ano pode ter um aumento de mais 10%.
De acordo com uma tabela da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), em fevereiro de 2007 a tonelada de trigo em Buenos Aires (Argentina) custava US$ 180. O presidente da associação, Christian Saigh, disse que comparando com fevereiro deste ano, os preços aumentaram 122%, alcançando US$ 400. O preço da farinha de trigo, processada e comercializada pelos moinhos e vendida às padarias e indústrias de massas, subiu 23% no mesmo período: de R$ 1.032 para R$ 1.273, a tonelada.
Nem mesmo a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para importações de trigo de fora do Mercosul será suficiente para conter essa alta. Pelo menos é o que diz o diretor presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih. Ele avalia que, como o trigo argentino não terá condições de atender o Brasil plenamente por conta de uma quebra de SAFRA, a melhor alternativa hoje é recorrer ao produto norte-americano.
Mas, sem a TEC, a tonelada do trigo importado dos Estados Unidos custa em torno de US$ 460, enquanto a tonelada do produto da Argentina custaria US$ 400. "Se os moinhos brasileiros têm que comprar trigo de outras procedências, que evidentemente vão ter que comprar, o custo final vai ser mais caro ainda", ressaltou. Na composição do preço do pão francês, a farinha representa 30% do total. Com a necessidade de repassar o custo do trigo e do frete, Pih espera um aumento superior a 20% na farinha, fazendo com que o valor do pãozinho seja acrescido em aproximadamente 10%.
O presidente do Moinho Pacífico ressaltou que, além da Argentina, as alternativas que restariam ao Brasil para importação de trigo seriam muitas, mas a quebra de SAFRA na Austrália, no Leste da Europa e no Canadá, aliadas ao alto custo do frete, fizeram com que a melhor escolha se restringisse ao trigo norte-americano.
De acordo com Pih, o Brasil não tem condições de produzir todo o trigo necessário para atender a demanda interna - que representa dez milhões de toneladas por ano - porque o custo de produção no País é muito alto. "A única solução que resta ao governo para baratear o pão e a farinha é retirar o PIS/Cofins, que é 9,20% sobre o preço", considera. Devido aos agravantes climáticos, nos últimos anos, o Brasil não tem alcançado nem metade da demanda interna.

Fonte: Jornal de Brasilia
 
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