Após o mercado internacional futuro da soja ter atingido ápice no dia 3 de março, o bushel (27,2 quilos) voltou ao patamar abaixo de 12 dólares na última quinta-feira. A queda no preço do grão na Bolsa de Chicago passa de 20%, como no caso de contratos firmados para janeiro de 2009, que tiveram redução de 14,53 dólares para 11,51 dólares no período. Nos contratos para julho de 2008, o recuo chegou a 22,2%, com o bushel passando de 15,70 dólares para 12,22 dólares. Ontem à noite, na abertura do pregão que atende a Ásia, as cotações demonstravam alta volatilidade, mas esboçavam alguma reação. A baixa do mercado já era previsível e vem ocorrendo há duas semanas, segundo o diretor analista da Brasoja, Antonio Sartori. 'Só não enxergou quem não quis.' A percepção é baseada no preço histórico do grão no Rio Grande do Sul que, nos últimos dez anos, oscila na casa dos 12 dólares. 'Aquelas cotações altíssimas eram absolutamente especulativas e sofriam risco de grandes correções', avaliou. Para o presidente da Aprosoja/RS, Pedro Nardes, a entrada da safra latino-americana do grão no mercado exportador, especialmente do Brasil e da Argentina, foi determinante para o recuo no preços. 'Aqueles que fizeram contratos futuros se deram bem. Teve quem comercializou a soja a R$ 48,00 a saca no Estado', citou. O trigo e o milho acompanharam o tombo das commodities, motivo que preocupa os produtores que preparam as lavouras de inverno. 'Essa tendência de queda é ruim, pois o preço dos insumos subiu 80% nos últimos 12 meses', justificou o economista Tarcísio Minetto.