Este ano o Brasil deve colher uma safra recorde de grãos. Mas em alguns municípios o clima não ajudou e a perspectiva é de quebra da produção. No Rio Grande do Sul, sessenta e um municípios estão em situação de emergência por causa da seca. O clima não colaborou. Grãos pequenos com pouca produtividade é a situação da lavoura do agricultor Ademir Bellon. Ele cultiva 16 hectares no interior de Santa Rosa e acredita que as perdas na produção já passam de 60%. “A tecnologia não faltou. Eu investi bem. Fiz duas aplicações de fungicida e cuidei bem dos insetos. Só que faltou a tecnologia lá de cima, a chuva”, falou seu Ademir. Assim como seu Ademir, a maioria dos produtores do noroeste gaúcho enfrenta problemas com a estiagem. Em janeiro choveu 70 milímetros, quando a média normal deveria ser de 158. Em fevereiro, foram 30 milímetros, bem abaixo do normal. A falta de chuva na fase de enchimento de grãos foi o que mais prejudicou os agricultores do Noroeste. Segundo a Amater, até agora mais de 1,7 mil produtores da região já fizeram pedido do Proagro, Programa de Garantia da Atividade Agropecuária, que cobre os prejuízos nas lavouras financiadas. “Nós temos propriedades que perderam 100%. Na média geral houve diminuição de cerca de 45% a 55% na produção da soja”, explicou o agrônomo Luiz Pedro Trevisan.