Registro - Greve retém 21 milhões de dólares em cargas
Data:
26/03/2008
Valor corresponde apenas às exportações e importações que aguardam liberação em Uruguaiana, na fronteira com a Argentina A cidade de Uruguaiana sedia hoje uma assembléia de avaliação do protesto dos auditores fiscais da Receita Federal, iniciado há uma semana. Servidores de Caxias do Sul, Porto Alegre, Pelotas, Chuí, Passo Fundo e Santa Maria, além de Uruguaiana, definirão os rumos a serem tomados pela categoria. Na Delegacia da RF em Uruguaiana há oito grevistas. No Porto Seco Rodoviário (PSR), um dos 16 auditores está em greve e os demais, que atuam na área aduaneira, em operação-padrão. A terça-feira foi atribulada no maior Porto Seco Rodoviário da América Latina. Segundo Marcelo Izaguirre da Silva, representante dos funcionários, às 16h havia 860 caminhões parados nos pátios do PSR e outros 250 veículos com senhas de acesso para ingressar no local na medida em que as cargas fossem vistoriadas e liberadas. Os caminhões nos canais vermelho (máximo de rigor na fiscalização), cinza (rigor médio) e amarelo (só análise de documentos) são, pela ordem os mais prejudicados. No canal vermelho, são liberados, no máximo, dez caminhões por dia. Já cargas vivas, perecíveis, e perigosas e de medicamentos estão sendo fiscalizadas e liberadas com agilidade. Ainda de acordo com Izaguirre, entre exportações e importações, 21 milhões de dólares em mercadorias estavam retidos. Um total de 1,1 mil caminhões, sem computar os que optaram por aguardar em postos de serviço e pátios de empresa. A greve praticamente fechou as fronteiras do Sul do Estado com o Uruguai. Nos municípios de Jaguarão e Chuí, mais de 200 caminhões aguardavam liberação. No pátio do Porto Seco da Receita Federal em Jaguarão, 138 veículos esperavam para seguir viagem. A média diária de liberações despencou de 90 para 25, conforme Flávio Evaristo, gerente da Estação Aduaneira Interior (Eadi/Sul). Ele revelou que ontem estavam sendo liberadas cargas que chegaram na quarta-feira da semana passada. No Chuí, o chefe da aduana, Sérgio Renato Marques revelou que apenas 50 caminhões são autorizados a cruzar a fronteira a cada dia, quando em períodos normais a média é de até 130 veículos. Sem outra opção, resta aos motoristas barrados na fronteira aguardar dentro do Porto Seco de Jaguarão ou em postos de gasolina às margens da BR 471, no Chuí. Em Jaguarão apenas dois dos sete auditores se mantém em atividade, enquanto no Chuí sete dos 14 servidores paralisaram as atividades. O fim da Semana Nacional do Turismo do Uruguai, ocorrido no domingo, deverá aumentar os reflexos negativos da greve nas duas fronteiras do Sul do Estado. A maior parte dos caminhoneiros uruguaios recebeu folga na semana passada e retomará o trabalho agora.