Parlamentares e produtores estarão reunidos com ministro, hoje, para reivindicar ampliação de medidas A quarta-feira foi de trabalho intenso para lideranças do agronegócio em Brasília. Deputados da bancada ruralista e produtores passaram o dia em busca de embasamento para convencer o governo de que o anúncio da renegociação de R$ 56,3 bilhões não é suficiente para suprir as necessidades do setor. O levantamento será apresentado ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em reunião hoje pela manhã. Após o encontro, o documento será reavaliado pelos técnicos da Confederação da Agricultura e Abastecimento (CNA), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e representantes das comissões de Agricultura da Câmara e do Senado que trabalham na finalização de uma contraproposta definitiva do setor. 'A análise detalhada está balizando o que queremos ver contemplado', explica o deputado Onyx Lorenzoni. O objetivo é ir além e renegociar o volume total de dívidas, estimado pelo governo em R$ 87 bilhões. O conteúdo do documento foi mantido em sigilo para preservar as negociações, mas deverá se tornar público após o encontro com Stephanes. 'Vamos ter o cuidado de não ter enfrentamento', diz Lorenzoni. Segundo ele, o anúncio feito na terça-feira ficou muito longe do esperado. 'Já estão sendo colhidas assinaturas para que possamos sensibilizar o presidente Lula sobre a importância do tema', informa. Entre os pontos da proposta que atendem de forma insuficiente os produtores, e, portanto, devem ser rediscutidos com o governo, estão a troca de indexador, da Selic para o IPCA mais 6%; a amortização mínima de saldo; a falta de carência para o pagamento e o número de operações do Recoop contempladas. Para o coordenador da Comissão de Crédito Rural da Farsul, Elmar Konrad, as propostas para investimentos e custeios ficaram muito aquém do almejado. Ele pondera que custeios prorrogados das safras frustradas não foram contemplados. 'Os que foram atendem muito pouco da real necessidade. Queremos mais prazo e readequação dos juros.' Segundo o deputado Luis Carlos Heinze, um dos pleitos é a redução das taxas de juros dos financiamentos de investimento e da taxa de custeio para 6,75%, encargo dos empréstimos do crédito rural. 'Por que cobrar 6,75% de operações novas e 10,5% dos endividados?', completa Lorenzoni.