Goiás hoje conta com uma área plantada de soja de 2,1 milhões de hectares, área 0,21% inferior à do ano passado. A produção do grão é que deverá superar as expectativas. O aumento esperado é de aproximadamente 6,32 milhões de toneladas, número que reflete boa produtividade, apesar de problemas e doenças ocorridos durante o plantio e desenvolvimento das plantas, como mofo branco. Segundo relatos de técnicos da Faeg que fizeram visitas em propriedades produtoras do grão, algumas regiões foram mais sensíveis à doença, que se desenvolve melhor sob temperaturas amenas e clima úmido; nesses locais houve perdas significativas nas lavouras. Os produtores que tiveram sorte e não sofreram adversidades estão em fase de plena colheita e quem não teve bons rendimentos também. Apesar de algumas dificuldades, Goiás é o 4º maior produtor da cultura no Brasil. Diante deste cenário, cerca de 65% da soja já foi colhida em Goiás; deste total, aproximadamente 30% da soja foi pré-fixada, ou seja, o preço foi firmado previamente, através de contratos com empresas ou através de relação de troca por insumos para custeio da safra, ao valor de R$ 28 por saco de 60Kg. Outros 25% foram fechados a preços de R$ 33 por saco a R$ 35 por saco. Apenas 10% da soja comercializada conseguiu atingir os valores de R$ 42 por saco a R$ 45 por saco, valores estes levantados como um dos maiores pagos pelos grãos produzidos nesta safra. Cerca de 35% da soja ainda está por comercializar, fica assim uma grande dúvida em relação aos preços futuros. Essa dúvida vem ao encontro do relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que projetou a intenção de plantio da próxima safra americana. Estimava-se uma recuperação na área plantada de soja nos Estados Unidos, em detrimento da área de milho, porém esta recuperação foi além das expectativas, aumento da área a ser cultivada foi de cerca de 3 milhões de hectares, ante 1,86 milhões de hectares esperados. Essa informação refletiu nas cotações da soja e diretamente nos produtores rurais que ainda não comercializaram seu produto. O agricultor está apreensivo em relação ao plantio da próxima safra. Os preços só terão uma estabilidade após a colheita da safra americana, que ocorre a partir de setembro, quando o produtor brasileiro estará prestes ao plantio da safra 2008/09. A instabilidade gira em torno não só das cotações, mas também do câmbio, com tendências maiores de valorização do real frente ao dólar, inibindo ainda mais os preços recebidos pelos produtores. Sem falar nos custos de produção, que no início da safra era de R$ 28 por saco e agora é de R$ 32 por saco. Este é mais um fator que poderá afetar a área plantada do próximo ano-safra.