Registro - Líderes querem "fechar Mato Grosso" após Ibama proibir produção em 1.200 fazendas
Data:
04/04/2008
A classe produtora e prefeitos de Mato Grosso ameaçam "fechar" o Estado em protesto a ampliação do decreto 6.321, do Ministério do Meio Ambiente, que, através de portaria publicada no Diário Oficial da União da última sexta-feira, ampliou as restrições para mais 86 municípios, além dos 19 atingidos anteriormente. A medida, considerada como uma intervenção branca, será discutida hoje, às 7h30, no Palácio Paiaguás, pelo governador Blairo Maggi, prefeitos, parlamentares e representantes de entidades. A reunião de emergência foi convocada no final da tarde de ontem, ao se tomar conhecimento da portaria da ministra Marina Silva, que restringe a atividade econômica de municípios como Tangará da Serra, Sorriso, Lucas, Nova Mutum e Diamantino. "Não se poderá vender um grão produzido nessas regiões", protestou o deputado federal Homero Pereira (PR). O parlamentar disse que é a favor de uma saída negociada, mas que a classe produtora está pronta para fechar novamente o Estado, como fez no movimento "Grito do Ipiranga". "O que estão fazendo é uma intervenção em Mato Grosso e estamos pronto para lutar e darmos, novamente, o nosso grito de independência", ressaltou. Homero Pereira disse que poderá haver uma radicalização porque é "inadmissível considerar a região do cerrado como bioma amazônico". Segundo ele, "se um dia houve florestas nessas regiões, hoje não existe mais". A portaria suspendeu atividade em várias fazendas dessa regiões, inclusive, do governador Blairo Maggi, do senador Jaime Campos (DEM), dos deputados Ademir Bruneto (PT), Dilceu Dal Bosco (DEM) e de empresas com Bunge, ADN etc. "O que está se fazendo contra Mato Grosso é um violência inominável", criticou o presidente da Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM) e prefeito de Nova Marilândia, José Aparecido dos Santos (DEM), o Cidinho, cujo seu município também foi atingido pela portaria. Para ele, a portaria é uma agressão a Mato Grosso e uma irresponsabilidade porque poderá ter consequência catastróficas para o Estado. "No meu entender, o que houve foi uma intervenção em Mato Grosso determinada pela ministra Marina Silva", acusou Homero Pereira, informando que comunicou ao governador que a classe produtora poderá reagir de forma radical se não houver "um entendimento plausível". Blairo Maggi, segundo ele, pediu calma e convocou a reunião para hoje de manhã no Palácio Paiaguás. "Ele me disse que pretendia estudar melhor a portaria e, depois, se manifestar", enfatizou. O parlamentar afirmou que o clima entre a classe produtora é de perplexidade e revolta e que tem "gente defendendo ação mais enérgica".