A operação padrão que acontece desde terça-feira no Porto de Paranaguá, no Paraná, em pleno pico do escoamento da safra de grãos, já está colocando em risco o embarque de soja convencional, cuja quantidade - 9.916 toneladas ontem - existente nos armazéns do porto, não é suficiente para abastecer um navio. Já a soja transgênica, com 270 mil toneladas armazenadas, o farelo com 134 mil toneladas e o milho, com 134 mil toneladas, são suficientes para manter a operação de embarque normal pelo menos até o final desta semana. Reuniões realizadas ontem nos sindicatos das categorias envolvidas na operação padrão não levaram a nenhum acordo ou a uma nova proposta com os trabalhadores portuários avulsos, conhecidos como TPAs, que decidiram estender o movimento. Eles reclamam das mudanças no horário de trabalho - o período de folga aumentou de 11 para 18 horas. Até agora não se registraram mais filas na BR-277 porque a capacidade de armazenagem está absorvendo a carga que chega do interior. O receio é que comece a faltar soja para embarque se o movimento continuar por mais alguns dias. Ontem, o embarque de carros num navio italiano levou um dia inteiro quando deveria demorar apenas algumas horas. Há um impasse difícil de resolver porque, pela lei, os TPAs devem trabalhar 6 horas seguidas e folgar 18 horas. No ano passado, um acordo coletivo foi feito entre o sindicato que representa a categoria, o Ministério Público e os operadores portuários e período de folga passou a ser de 11 horas. Cerca 850 trabalhadores avulsos se aproveitaram da situação e entraram com ações na Justiça pedindo indenização porque trabalharam mais do que determina a lei.