A greve dos auditores fiscais da Receita Federal gerou na tarde de ontem um volume recorde de caminhões e cargas parados nos pátios do Porto Seco Rodoviário de Uruguaiana, o maior da América Latina. Segundo o representante da categoria, Thiago Schmitt, às 17h30min, 870 caminhões aguardavam por liberação no PSR e 400 motoristas, sob um sol de 32 graus, com senhas, enfrentavam filas extensas. Conforme Schmitt, não há sinal de diálogo e as dificuldades tendem a se agravar. O coordenador aduaneiro, despachante e transportador Paulo Estivalet, diz que o que mais impressiona os órgãos intervenientes é a omissão das autoridades do governo federal que, segundo ele, permitem que a situação se degrade. A greve causou às transportadoras prejuízo de 5 milhões de dólares, conforme dados de instituições ligadas ao segmento do comércio exterior. Os 30% do efetivo (oito auditores dos 25 que atuam na PSR) que permanecem trabalhando, vistoriam apenas cargas vivas, perigosas ou perecíveis. Eles também cumprem liminares em mandados de segurança impetrados por empresas.