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Registro - Preço de commodities continuará elevado
Data: 10/04/2008
 
Relação entre oferta e demanda continuará apertada, segundo o FMI
Os preços dos alimentos, do petróleo e de outros produtos básicos devem cair em 2008 e 2009, refletindo o enfraquecimento da economia mundial, mas a redução será provavelmente pequena, segundo projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI). As cotações das commodities subiram 44% entre fevereiro de 2007 e fevereiro deste ano, segundo o Fundo. Os preços de vários produtos, como petróleo, soja, trigo, milho, níquel e zinco, atingiram níveis sem precedentes em dólares. Até agora, observam os autores do estudo, não houve grandes sinais de interrupção do movimento de alta.
Mesmo com alguma queda, as cotações deverão continuar acima da média dos últimos anos, porque a relação entre oferta e demanda continuará apertada, segundo o FMI. Será o caso dos grãos e dos óleos comestíveis. A procura por alimentos continuará a crescer nas grandes economias emergentes, como China e Índia. A produção de etanol de milho nos EUA continuará a competir com a de alimentos.
Os preços poderão ainda ser impulsionados por fatores como redução dos juros de curto prazo, crise financeira, depreciação do dólar e barreiras à exportação, adotadas por alguns governos para garantir a oferta ao mercado interno e arrecadar mais impostos. Com a crise financeira, investidores passaram a desviar aplicações para o mercado de commodities, em busca de segurança, e isso fortaleceu os preços. Além disso, juros em baixa são geralmente acompanhados de aumento de cotações de ativos reais, como os produtos básicos.
Parte da valorização das commodities reflete a depreciação do dólar. Descontado esse fator, vários preços permanecem, em termos reais, abaixo dos picos dos anos 70 e do começo dos 80, segundo o Panorama Econômico Mundial do FMI. As principais exceções são petróleo, chumbo e níquel.
Economistas do Fundo tentaram estimar o efeito da flutuação do dólar nas cotações das commodities. A conclusão foi que o efeito varia de produto para produto e é mais significativo nos casos do ouro e do petróleo. Commodities agrícolas são menos afetadas.
A oscilação da moeda americana foi apenas uma das causas da valorização das commodities. A maior parte do aumento dos preços é atribuída a outros fatores: seca em alguns países (como a Austrália), produção crescente de etanol nos Estados Unidos, rápida expansão do consumo nas economias emergentes, aumento da demanda de insumos industriais e crescimento econômico muito dependente de recursos naturais, nesses países.

Fonte: O Estado de São Paulo
 
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