Trigo - Preços futuros do trigo fecharam em baixa na sexta-feira
Data:
14/04/2008
Em sua lista de indicações de outubro de 2007, a americana "Cigar Aficionado", uma das mais respeitadas revistas especializadas em fumo do mundo, conferiu 92 pontos ao Dona Flor Robusto, maior marca já obtida por um charuto brasileiro no ranking mensal da publicação, cuja escala vai de zero a cem. Pode-se dizer que foi mais do que apenas fumaça. Ainda que o processo de seleção da "Cigar Aficionado" seja em muitos casos subjetivo, qualquer charuto que receba mais do que 90 pontos costuma chamar a atenção de especialistas e apreciadores espalhados pelo mundo e não são poucas as vezes em que a demanda pelo "premiado" aumenta. O charuto em questão é produzido pela Menendez Amerino, maior fabricante e exportadora do Brasil. Mas, em tempos de mercado doméstico em franca retração para as empresas que operam dentro da lei, sobretudo por causa do crescente contrabando, foi um alento para o segmento, restrito a cinco companhias produtoras - três delas exportadoras - no Recôncavo Baiano. "Contrabando, câmbio e essa tributação altíssima e assimétrica tiram competitividade do segmento no mercado interno e mostram que não há qualquer política por parte do governo", diz José Henrique Nunes Barreto, presidente do Sindicato da Indústria do Fumo do Estado de São Paulo (Sindifumo-SP), principal executivo da Cibahia Tabacos Especiais e diretor da Menendez Amerino. A maior prova disso, sustenta, é o quadro de oferta e demanda de charutos e cigarrilhas produzidos no recôncavo. A produção, que em 2006 se aproximou de 19 milhões de unidades, caiu para 14 milhões no ano passado. E as exportações, que representaram 14,5% da produção há dois anos, passaram a responder por 42% em 2007 mesmo com a diminuição da oferta. Como não há mudanças estruturais no horizonte, apesar do lobby permanente sobretudo na área tributária, Barreto admite que será difícil quebrar esse círculo. Lamenta a expansão dos cubanos no Brasil - o grosso do contrabando -, mesmo os de segunda categoria, mas comemora a boa aceitação dos produtos brasileiros em mercados como o argentino e o australiano. "As cigarrilhas brasileiras já são líderes de mercado na Argentina", diz. Para 2008, a expectativa do Sindifumo-SP é que as exportações do país aumentem até 70%. Além do vizinho sul-americano e da Austrália, a entidade espera por bons resultados no Leste Europeu, na Ásia e na Rússia. A líder Menendez Amerino, que produziu 3 milhões de charutos e 12 milhões de cigarrilhas em 2007 - 36% do volume total foi exportado - projeta crescimentos de dois dígitos nas vendas nos dois ramos. A empresa também exporta matéria-prima. No recôncavo baiano, atualmente a produção do fumo negro que recheia os charutos e cigarrilhas alcança cerca de 8 mil toneladas por ano, a maior parte atualmente destinada a compor os concorrentes estrangeiros dos produtos brasileiros instalados na Europa, nos Estados Unidos e na República Dominicana.