Milho - Produtores de Mato Grosso do Sul apostam mais no milho safrinha
Data:
16/04/2008
A motivação está no preço do grão, que se manteve praticamente estável durante a safra de verão. Há 45 dias, o produtor rural Luciano Muzzi Mendes começou a cultivar a lavoura de milho. Com a demora na colheita da soja devido às constantes chuvas na região, o plantio atrasou e só foi concluído 10 dias atrás. Hoje, a plantação que foi semeada mais cedo está bem desenvolvida, enquanto a outra parte apenas começa a sair do chão. A diferença preocupa o agricultor, pois a terra fica mais exposta aos riscos de geadas e da estiagem. Mesmo assim, ele segue otimista e aumentou a área destinada ao grão em 200 hectares. De acordo com Mendes, o atraso pode significar uma redução de oferta e, por causa disso, os preços podem subir. No entanto, como ele já havia se preparado, o produtor resolveu arriscar ao invés de "cortar o cronograma", pois suas expectativas são boas. Em Maracaju, município com a maior produção de milho safrinha do Estado, devem ser cultivados aproximadamente 120 mil hectares, quase 10 mil a mais que na última safra. A motivação dos agricultores está no preço pago pelo grão, que se manteve praticamente estável durante a safra de verão, quando o volume de milho produzido no Brasil é maior. O setor ficou animado e espera que, com a menor oferta do produto, as boas cotações permaneçam. Segundo Luis Alberto Moraes Novaes, presidente do Sindicato Rural de Maracaju, a crescente demanda norte-americana pelo milho gerou reflexos em escala mundial e que assim o milho se valorizou. Conseqüentemente, o produtor notou que é viável investir no produto, e que assim ampliou os investimentos. Em MS, a área plantada com o grão na safra de inverno deve ser de aproximadamente 765 mil hectares, um aumento de 3,3% em relação ao ano passado. Para a classe produtora, este crescimento poderia ser ainda maior, caso fosse resolvido um problema antigo do setor: a falta de um seguro agrícola adequado à realidade dos produtores. De acordo com Novaes, o crédito rural e principalmente o seguro agrícola são ferramentas estratégicas que precisam estar disponíveis para os produtores. Assim, o produtor se sentirá mais seguro para investir em uma cultura que é considerada de alto risco.